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Renato Martini, agricultor de Cascavel, plantou 311 hectares de soja. Apesar de otimista, ele acha que este é um dos anos em que os resultados finais estão mais em aberto. | JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO
Renato Martini, agricultor de Cascavel, plantou 311 hectares de soja. Apesar de otimista, ele acha que este é um dos anos em que os resultados finais estão mais em aberto.| Foto: JONATHAN CAMPOS/GAZETA DO POVO

Os produtores de soja e milho do Oeste do Paraná (região que produz 20% da soja do estado) estão preocupados com o regime de chuvas do atual ciclo. Como uma amostra do que pode acontecer daqui para frente, nos últimos cinco dias choveu mais de 150 milímetros na região (a média mensal histórica para outubro na área é de cerca de 130 milímetros). A Expedição Safra encontrou pelo caminho muitas lavouras com água empoçada e produtores apreensivos com a possibilidade de chuvas mal distribuídas nos próximos meses por causa do fenômeno La Niña.

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Sobre a chuva que começa a provocar torcicolo nos produtores de tanto olhar para o céu, as previsões são otimistas. A partir desta quinta-feira (27), as chuvas param e dão lugar a dias secos, porém frios. É possível que o estado tenha até mesmo geadas em baixadas da Região Sul do Estado, na faixa que abrange General Carneiro e Palmas.

Mas para os próximos meses, o meteorologista Luiz Renato Lazinski dá uma notícia para deixar os produtores de cabelo em pé. “Esse ciclo, com La Niña, terá chuva bastante irregular. É difícil dizer quando ocorre um pico de chuva ou um período de estiagem. Dizer que um possível período de estiagem no fim da safra vai durar 10, 20 ou 30 dias, não tem como dizer. Mas tudo indica uma diminuição de chuva conforme a soja vai avançando o seu ciclo. O produtor que não espere um tempo tão favorável quanto teve nos últimos quatro ciclos”, alerta.

Em Toledo, o presidente da cooperativa Primato, Ilmo Welter, diz que os 5 mil cooperados da instituição começam a demonstrar apreensão. “Falam em La Niña e nós sabemos que em anos assim o clima é uma coisa hoje, amanhã já é outra, não tem como saber ao certo”, diz. A soja está toda semeada na região e quase todos os produtores planejaram fazer plantio de milho safrinha. “Nessa fase em que se encontra, a soja precisa enraizar mais para ter capacidade de resistir a chuvas mais pesadas”, completa.

Em Cascavel, a preocupação com o clima chuvoso atual também existe, mas desde o fim do inverno o tempo vem sendo um problema incluído radar dos produtores do município. O conselheiro do Sindicato Rural, Gion Carlos Gobbi (que também é produtor), conta que o frio mais intenso do que nos últimos anos deixou o solo mais frio do que o normal, o que fez a soja ter um arranque mais lento. “Só vou saber como isso vai afetar o resultado quando o ciclo se completar e de acordo com as variações climáticas”, cita.

Incerteza

Renato Martini, agricultor de Cascavel, plantou 311 hectares de soja. Apesar de otimista, ele acha que este é um dos anos em que os resultados finais estão mais em aberto, por causa dessa combinação de clima incerto, aliado a mercado também incerto. “A volatilidade dos preços está em um nível elevado, é muito difícil você fazer um planejamento de médio prazo porque não tem como saber a que preço vai poder vender lá na frente e se vai ter lucratividade”, comenta.

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