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O Paraná quer até antecipar o fim da vacinação contra a aftosa, previsto, de acordo com o plano do governo federal, para 2021. O motivo, entretanto, não é o boi: com 9,5 milhões de cabeças de gado - pouco mais de 4% do efetivo brasileiro –, é principalmente a suinocultura que pressiona a cadeia de bovinos.

O setor produtivo argumenta que a carne suína paranaense é barrada em 65% do mercado internacional por causa da obrigatoriedade da vacina no gado, sendo que, de acordo com a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), apenas 1% do rebanho bovino paranaense viria de outros estados e colocaria em xeque a sanidade estadual como um todo.

O diretor da Adapar, Inácio Kroetz, concorda que, pensando no Brasil, o “momento não é nem favorável”. “Se considerarmos as possibilidades de ingresso do vírus, temos lugares mais vulneráveis”, diz.

Por outro lado, ele defende que o Paraná tem condições de suspender a vacinação. “Nosso vizinho [Santa Catarina] não vacina e nem por isso teve qualquer episódio. O Paraná tem condições em relação à aftosa e a qualquer doença transfronteiriça. Agora, sobre a questão do estoque de vacinas, é óbvio que será necessário. Hoje, se o Paraná resolver sair isoladamente, não haveria problemas, porque a vacina continua sendo aplicada no Brasil e haverá estoques. Mas se o Brasil resolver sair como um todo, aí não teria como”, completa.

O professor Paulo Rossi, da UFPR, lembra, contudo, que o “isolamento” do Paraná poderia desregular o mercado de bovinos, pela demanda de “bois estrangeiros”, além de frisar os problemas de fronteiras com outros estados e países. “Eu ainda vejo com certo temor por uma questão de todo o controle sobre a doença. A gente ganharia em longo prazo, na exportação, mas teríamos problemas sérios em curto prazo”, afirma.

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