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Das quatro unidades bloqueadas pela Suíça, duas são de aves, uma de carne bovina e outra de equídeos. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Das quatro unidades bloqueadas pela Suíça, duas são de aves, uma de carne bovina e outra de equídeos.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

As autoridades suíças anunciam que também bloquearam a entrada da carne brasileira produzida por empresas envolvidas na fraude revelada pela Polícia Federal, chamada Operação Carne Fraca. Berna não revelou o volume de importação. Mas indicou que seguiu o mesmo padrão adotado pela Comissão Europeia.

“Como somos parte da Europa, bloqueamos o mesmo número de empresas que a UE”, disse Stefan Kunfermann, porta-voz do Escritório de Veterinária da Suíça. Berna não faz parte da Comissão Europeia, mas já há anos tem como tradição seguir os mesmos padrões adotados por Bruxelas. Das quatro unidades, duas são de aves, uma de carne bovina e outra de equídeos.

Na segunda-feira (20) as autoridades europeias explicaram que exigiram que todas as empresas envolvidas no escândalo tenham seus produtos impedidos de entrar no mercado europeu, orientando os membros do bloco para que adotem “uma vigilância extra” ao tratar de qualquer produto brasileiro no setor de carnes.

Bruxelas confirmou que, se o Brasil não retirasse essas companhias da lista de exportação, a União Europeia (UE) iria bloquear a entrada dos produtos. O continente europeu consome cerca de 10% de toda a venda de carnes nacionais.

Nesta terça-feira (21) a Comissão Europeia voltou a confirmar que, das 21 empresas envolvidas na fraude, quatro delas exportavam para o continente europeu e, assim, foram retiradas da lista de exportadores. Nas próximas semanas, o comissário de Assuntos de Saúde da UE, Vytenis Andriukaitis, viajará ao Brasil e o tema estará no centro dos debates.

Por enquanto, além de UE e Suíça, os governos da China, Egito, Hong Kong e Chile indicaram um bloqueio à carne, enquanto a Coreia do Sul teria revertido sua ideia inicial.

OMC

Mas a contaminação do caso nas relações bilaterais do Brasil já é uma realidade. A partir de terça-feira, o caso chegará ainda à Organização Mundial do Comércio (OMC) e os negociadores brasileiros já foram solicitados a explicar a dimensão do escândalo e como o comércio internacional seria afetado. O caso não será tratado pelos juízes da entidade. Mas em comitês técnicos.

Desde a eclosão do novo caso, os principais parceiros comerciais se mobilizam para levantar o assunto durante a reunião em Genebra. Diversos governos também indicaram que querem pedir reuniões bilaterais com o Brasil nesta semana para obter esclarecimentos sobre a fraude na carne.

O Itamaraty, junto com técnicos do Ministério da Agricultura, se prepara para dar uma resposta, trazendo os detalhes da investigação da PF e tentando reverter os embargos.

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