• Carregando...
Cambridge Analytica e Trump são a ponta do Iceberg: entenda por que Zuckerberg vai depor no Parlamento Britânico
| Foto:

Por que, afinal, foi o Parlamento Britânico que intimou Mark Zuckerberg, a mente por trás do Facebook a se explicar, se todas as notícias indicam que a atuação mais relevante da empresa banida do Facebook foi manipular emoções e comportamentos, via dados obtidos de forma ilegal pela rede social para ajudar na campanha do atual presidente dos Estados Unidos?

Porque isso é só a ponta do iceberg da atuação da empresa e porque o fenômeno do trumpismo se espalhou como um rastilho de pólvora também pelo Brasil. Na verdade, a Cambridge Analytica é só uma das operações no exterior da gigante britânica SCL Group, que tem entre seus clientes o Ministério da Defesa da Inglaterra e no seu quadro societário Lordes ingleses, doadores do Partido Conservador Britânico e ex-membros das Forças-Armadas Britânicas. É um problema gravíssimo para o stablishment lá, muito mais do que em qualquer ponto do planeta.

A Cambridge Analytica é uma operação nos Estados Unidos do SCL Group, que há mais de 25 anos opera programas de mudanças de comportamento em mais de 60 países e diz ser reconhecido por seu trabalho em defesa e mudança social.

São projetos de todo tipo e feitos em qualquer canto do mundo. Mudança do comportamento anti-social dos insurgentes no Nepal, contra o recrutamento para o terrorismo na área do pan-Pacífico, estudo para a segurança alimentar em Ruanda, viabilidade da implantação de telefonia na Somália, engajamento estratégico da juventude no Paquistão, cuidados sócio-políticos em saúde em Gana, operações e estratégias gerenciadas por dados na Ucrânia, e crescimento da capacidade de influência da OTAN.

Difícil de entender o que exatamente eles querem dizer com cada uma dessas ações? Exatamente. Elas são a gosto do freguês. É o contratante quem decide a estratégia e os objetivos. Eles coletam os dados e traçam os caminhos mais prováveis para o sucesso. Soube-se agora, pelo escândalo da coleta ilegal via uma subsidiária norte-americana, que não era feita da maneira mais ortodoxa. Tinha gente achando que estava simplesmente colocando sua foto para ver como seria seu rosto caso nascessse homem ou caso nascesse mulher, mas estava fornecendo dados para ações como as descritas anteriormente.

No México, por exemplo, a ação para contenção de narcóticos coletou dados de 13 cidades sob a influência dos cartéis de drogas com o objetivo de verificar o impacto das políticas dos Estados Unidos e procedimentos relativos ao comércio de drogas e taxas de crimes violentos nos Estados Unidos.

A análise dos dados verificou que o impacto real era o absoluto OPOSTO do que se pressupunha. Isso significava que os programas para reduzir a violência haviam aumentado. O cliente redesenhou seus programas para que fossem alinhados com seus objetivos e usou os dados para justificar o que foi requerido.

A empresa com investidores britânicos tem operações no mundo todo, incluindo um escritório no Brasil, no bairro dos Jardins. NÃO é a agência CA-Ponte, que anunciou esta semana sua desvinculação com a Cambridge Analytica, operação menor da holding.

A pessoa indicada como representante da empresa, que não é brasileiro, é famoso no mercado de IT, participa de diversos eventos e é bom palestrante. Não estudou no Brasil e já representou diversas outras empresas. Fundou, no ano passado, uma companhia que encontra, via internet, as melhores opções de crédito para consumidores brasileiros.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]