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Criança em bares?
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divulgação
Cena do filme A Fantástica Fábrica de Chocolate.

Quando era estudante em Londrina, lembro-me de uma noite estar em um boteco, daqueles que os universitários frequentam, e ver uma criança de uns cinco anos deitada dormindo entre as pernas do pai e da mãe que conversavam animadamente com os amigos.
Fiquei sensibilizada pela criança, pois achei sua presença naquele lugar meio inoportuna.

Anos depois, muita coisa mudou na sociedade e na minha cabeça. Nestas semanas, com tantas comemorações de fim de ano, fica praticamente impossível para quem tem filhos não acabar estendendo o horário das crianças irem para a cama e levá-las junto a bares, festas e restaurantes.

Eles precisam nos acompanhar simplesmente pelo fato de que não temos com quem deixá-los. Hoje, é natural que vivamos longe de nossos pais (em tese, os avós são os primeiros que podem ficar com os rebentos para os pais saírem). Nossa relação com empregadas e babás também mudou — acho até que para melhor. Não as temos mais como as praticamente mucamas do passado, que moravam conosco numa doação total aos patrões. Quem quiser, tem de pagar. E por hora. É justo.

Outra coisa que pondero, sempre que tenho de levar minha filha para sair à noite comigo, é que os ambientes melhoraram muito com a lei antifumo. É claro que há as bebidas e crianças aprendem por imitação. Mas as maiorzinhas conseguem entender bem o que é coisa de adulto e o que é coisa de criança.

Estou falando de um hábito comum, os lugares estão repletos de pais com crianças até às 22, 23 horas. Claro, há de se ter bom senso, cuidado com o horário, se a música está muito alta, se há algo de fato que ela pode fazer lá (como encontrar uma outra criança e começar uma nova amizade, por exemplo). Há locais que até reservam espaços para as crianças que possam aparecer – uma salinha com atividades ou um miniparquinho…

Para o conforto dos pais e dos filhos, é melhor que os bebês fiquem em casa. Mas um happy hour no verão, num lugar mais tranquilo, é totalmente inofensivo e ele até vai gostar da movimentação.

Já os grandinhos vão criando o hábido de sair com os pais. Em tempos de insegurança, é bom saber que seu filho quando crescer pode estar disposto a convidá-lo para uma balada.

Tenho uma amiga que anda com lápis de cor e papel na bolsa. E sempre que nos encontramos — ela também tem uma menininha — as crianças têm o que fazer. Bingo! Tempos modernos, exigem novas soluções.
E vocês, o que acham?

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