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A semana do decisivo jogo com o Ceará até caminhava tranquilamente para o Atlético, até a paz aparente ser quebrada na noite desta quarta-feira. O ex-presidente e candidato da oposição na eleição de dezembro, Mário Celso Petraglia, divulgou em seu perfil no Facebook o salário de 21 jogadores do elenco atual. “Como manter a harmonia do grupo com esta disparidade de valores nos ganhos gerando grandes injustiças?”, questionou, antes de expor a lista. “Essa é administração + chuteiras, que prometeu tudo e não cumpriu nada”, concluiu. Não há confirmação da veracidade dos valores.

A divulgação, claro, movimentou os atleticanos nas redes sociais. Até o momento em que eu escrevo este post, eram mais de 100 comentários, 92 curtidas e 52 compartilhamentos. Fora menções no twitter e nos fóruns de torcedores. Como tudo que envolve a política atual do Atlético, houve divisão: os petraglistas engrossaram o coro de que é mais uma prova da má gestão de Marcos Malucelli, os neutros (difícil achar algum atleticano, hoje, a favor da direção atual) dizendo que não é o momento de divulgar esse tipo de informação.

A intenção de Petraglia é clara: dizer que Malucelli investiu mal o dinheiro do clube e que o time atual, além de fraco, é caro. Aumenta a pressão sobre o presidente e angaria alguns votos para a eleição do fim do ano. E não cola a justificativa utilizada pelo próprio Petraglia no Facebook, de que informação de salário circula no meio do futebol e apenas torcedores e conselheiros não sabem. Realmente o valor do salário de cada jogador circula no meio do futebol e, no geral, não chega a torcedores. Mas nem por isso Petraglia saía por aí divulgando os salários do elenco quando era dirigente. E duvido que ele faça isso caso assuma a presidência no fim do ano.

Também fica claro o recado aos jogadores mais experientes (e caros) do elenco: se Petraglia for eleito, eles não ficam ano que vem. Vale para Paulo Baier, Cléber Santana, Wagner Diniz, Kléberson, Branquinho, Nieto, Marcinho etc.

É perfeitamente compreensível que torcedores fiquem putos ao ver que jogadores que recebem salários de três dígitos não estão correspondendo em campo. E não precisa ser nenhum gênio para prever que qualquer cobrança individual domingo, no jogo com o Ceará, será acompanhada do valor do salário do atleta.

Mas há outro aspecto inegável: a folha salarial revelada por Petraglia foge da realidade do trabalhador comum, mas não da realidade do futebol. Salários acima de R$ 100 mil para jogadores rodados como Paulo Baier e Marcinho (qualidade ou produtividade à parte) estão dentro do mercado. Garotos recém-promovidos da base ganhando menos de R$ 10 mil também é praxe. Jogadores de futebol sabem disso e, no geral, aceitam essa hirarquia salarial como parte da carreira.

Vejam bem: não digo que concordo com os valores, mas é assim em qualquer clube de Série A. Distorção mesmo há em Manoel, já com algum tempo de clube, receber R$ 30 mil, e Morro Garcia chegar de um mercado mais pobre que o brasileiro embolsando três vezes a mais. O resto, concordemos ou não, está dentro da insanidade coletiva do futebol brasileiro.

Abaixo, a lista divulgada por Petraglia.

Branquinho. R$. 70.000,00
Cleber Santana R$ 165.000,00
Deivid R$ 20.000,00
Edigar R$. 2.500,00
Edilson R$. 35.000,00
El Morro. R$ 120.000,00
Fabricio. R$ 55.000,00
Guerron. R$. 68.000,00
Heracles R$ 6.000,00
Kleberson. R$ 210.000,00
Manoel R$ 30.000,00
Marcelo Oliveira R$ 70.000,00
Marcinho. R$ 100.000,00
Nieto. R$. 50.000,00
Pablo. R$. 6.000,00
Paulo Baier. R$ 140.000,00
Renan. R$. 7.000,00
Renan Rocha R$.10.000,00
Rodriguinho. R$. 80.000,00
Wagner Diniz. R$ 85.000,00
Wendel. R$. 82.500,00

Para quem quiser acompanhar a discussão na fonte, este é o perfil de Petraglia no Facebook.

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Atualização das 13h10 de quinta-feira: o Atlético divulgou nota oficial sobre o caso. Disse que há erros nos salários dos emprestados (seriam menores) e de alguns garotos da base (receberam aumento). Segue o link para a nota na íntegra.

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