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A Audi e o método Jaime Lerner de fazer acordos sigilosos
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O governador Beto Richa insiste em dizer que nada tem  a ver com o jeito de governar de Jaime Lerner, seu antigo padrinho político. No entanto, insiste em adotar políticas semelhantes (ou iguais) às dos mandatos de Lerner à frente do governo do estado.

Agora, atraiu a Audi para o Paraná. Exatamente como Lerner fez em 1998. Até aí, ponto para os dois: conseguir indústrias que se instalem no estado é excelente. Isso traz empregos, impostos e desenvolvimento. Palmas para Richa.

Mas assim como o antecessor, Richa parece ter feito isso mediante um acordo que concede isenções ou outras vantagens para a empresa. Aí a coisa já fica diferente: guerra fiscal, pelo menos é o que todos os bons governantes dizem, deve ser combatida. Afinal, se nenhum estado conceder isenções, a indústria virá do mesmo jeito e contribuirá mais com impostos.

porém, a coisa vai mais longe. Sabe-se lá por que (talvez as isenções, dilações ou o que for sejam grandes demais para ser divulgadas), Richa, assim como fazia Lerner, se recusa a divulgar o contrato que assinou com a montadora. Alega confidencialidade para proteger o modelo de atração de indústrias.

A resposta de Gil Castello Branco, do Contas Abertas, à repórter Fabiane Ziolla Menezes, diz tudo: Richa não é um particular para assinar cláusulas de confidencialidade. É representante de 10 milhões de pessoas. E essas pessoas têm direito de saber do que estão abrindo mão. O que estão negociando. O que ele está assinando em seu nome.

Lerner se negou até o fim a revelar contratos que assinou com a Renault, por exemplo. Só quando deixou o governo o acordo veio à tona. Dizia que a compensação pela dilação fiscal seria uma caixinha gorda de impostos atrasados que deixaria para os futuros governantes. Pela pindaíba que Richa diz haver no caixa estadual, a caixinha não durou nada…

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