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Jean Wyllys reage a comentário de relator que quer puni-lo com suspensão do mandato
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O deputado Jean Wyllys (PSol-RJ) reagiu à declaração do relator de seu processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Ricardo Izar (PP-SP) disse, segundo o site Congresso em Foco, que a defesa feita por Jean Wyllys no Facebook irritou os integrantes do conselho, o que poderia pesar em sua punição.

Jean Wyllys está sendo julgado pelo Conselho de Ética por ter cuspido em direção a Eduardo Bolsonaro (PSC-SP) durante a sessão que aprovou a abertura de impeachment de Dilma Rousseff. A acusação de quebra de decoro pode levar à suspensão do mandato ou até à cassação do deputado.

O deputado do PSol diz que apenas reagiu, na ocasião, a seis anos de provocações que teria sofrido por ser o único deputado assumidamente homossexual do país. E afirma que o fato de Izar ter se irritado com sua defesa deveria ser o suficiente para afastá-lo da relatoria.

Veja a resposta de Jean Wyllys, na íntegra, ao comentário de Ricardo Izar.

“Esta declaração do deputado Ricardo Izar (PP-SP), relator da representação contra mim no Conselho de Ética, apenas reforça a sua falta de isenção para emitir parecer sobre este caso e expõe um aspecto vingativo e ameaçador que não condizem com a postura de um membro de um Conselho de Ética. Afinal, Izar só deu tal declaração em função de eu ter me defendido justa e publicamente, ao expor o fato de ele ter ignorado solenemente, em seu relatório, o motivo da minha reação – a injúria praticada contra mim naquela sessão do Plenário e nos seis anos anteriores – e exigido, para essa reação, uma punição maior que a aplicada em casos de corrupção. Aliás, tal declaração deveria ser rechaçada pelo própria veículo que a tornou pública porque escandalosa quando proferida por um membro de um órgão julgador responsável pela dosimetria da pena!

“Se confirmado que o fato de eu ter me defendido no Facebook e exposto a contradição da punição desmedida proposta por Izar, num processo fundamentado em vídeo criminosamente fraudado para forçar o entendimento de que, em vez de uma reação a uma injúria momentânea e violências anteriores perpetradas contra mim por Bolsonaro, a cuspida fora premeditada, se ficar confirmado que o fato de eu ter exposto tudo isso, “ofendeu” os membros do Conselho de Ética, e que estes mudarão a punição pretendida como forma de vingança, segundo disse Izar ao Congresso em Foco (e eu estou partindo da ideia de que este veículo não inventa nem mente!), então, essa situação expõe ainda mais Izar e o próprio Conselho de Ética, na medida em que indica que estão agindo por humores e vingança e não a partir dos fatos materiais.

“É também sintomático que a apologia à tortura e a homenagem ao torturador de Dilma Rousseff, feitas minutos antes da minha fala e transmitida em cadeia nacional (fato que provocou severas críticas em todo o mundo) não lhes tenham causado o mesmo incômodo que a minha defesa no Facebook causou (aliás, o  Conselho de Ética absolveu o apologista da tortura pelo fato de ter feito apologia da tortura, um crime de lesa humanidade). É sintomático que não lhes incomode mais ou igualmente o fato de todo o processo contra mim ter sido movido a partir de uma a prova falsa, forjada criminosamente segundo laudo da Polícia Civil do DF, nem que a pessoa que exibiu tal prova também tenha me cuspido naquela mesma noite. A julgar pela fala de Izar e de, SEGUNDO ESTE (que fique claro!), alguns conselheiros, o que os incomoda é o fato de eu ter me defendido de uma flagrante injustiça. Se Izar acha que, com isso, eu vou recuar de minha defesa, ele realmente não me conhece nem sabe do compromisso que eu tenho com o que é justo e ético.”

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