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Luiz Abi Antoun. Foto: Gilberto Abelha/Gazeta do Povo.

Luiz Abi Antoun. Foto: Gilberto Abelha/Gazeta do Povo.

Quem foi condenado foi Luiz Abi, não foi Beto Richa. Segundo a sentença do juiz Juliano Nanuncio, de Londrina, diz que o parente distante do governador fraudou de fato uma licitação, como há tempos se suspeitava. Fraudou. Uma licitação. No estado.

Responsabilizado, Luiz Abi pegou duas condenações. uma de oito anos de cadeiam, outra de cinco. Ainda pode recorrer, pode inclusive provar sua inocência. No momento, segundo a Justiça, é culpado de fraudar uma licitação. No governo do estado.

Nanuncio, em sua sentença, diz que Abi, visto por todos como uma espécie de eminência parda do governo Beto Richa, se aproveitou “de seu capital e influência política para enriquecer-se em prejuízo ao erário, fraudando certames públicos e superfaturando preços”.

Ou seja: usou seu “capital e influência” para conseguir ganhar uma concorrência para uma empresa que lhe daria lucro pessoal. E fez isso conseguindo burlar o processo licitatório. Usando seu capital político. E influência. O primo do governador.

Quem foi condenado foi Abi Antoun. Richa, não. É evidente que Abi, pela sentença, se utilizou do fato de ser primo de Beto para conseguir o que queria. A partir daí, parece haver duas hipóteses plausíveis.

Numa dela, Abi Antoun usava a proximidade com Richa para pressionar pessoas que, imaginando que ele agia a mando do governador, ou que tinha aval dele, faziam o que ele queria. Ou seja: Abi “finge” que tem autorização superior para a fraude, mas Richa não sabe que ele faz isso.

Na outra, evidente, o governador saberia. Ninguém, processou o governo nem o governador por isso. O próprio governo ressalta que o estado “não é parte” no processo. Desde que Abi foi pego pelo Gaeco, Richa tem se distanciado cada vez mais do parente – tanto semântica quando politicamente.

Mas todo mundo que frequenta o Palácio sabe que ele tinha trânsito livre no Centro Cívico, não tanto pelo parentesco e mais pela afinidade com o governador. Pode tê-lo traído, claro. Mas nesse caso seria bom o governador dizer isso claramente. A versão de que se trata de alguém que não era próximo é a única que ninguém mais próximo ao governo compra.

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