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Pesquisa de transporte é grande notícia. Resta agora segurar o metrô
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A notícia de que a prefeitura de Curitiba vai fazer, finalmente, a pesquisa de origem e destino dos passageiros da cidade e da região metropolitana, é uma excelente notícia. Claro que quem depende dos busões não vai sentir nenhuma diferença imediata. No longo prazo, pode ser o elemento decisivo para que o sistema funcione bem.

A pesquisa é complicada: exige que se vá à casa das pessoas, como num censo, para ver onde moram, de onde saem, aonde precisam ir e quais meios de transporte utilizam. A ideia é ver qual é o melhor jeito de atender as pessoas. Pode ser o sistema atual (por pura sorte), pode ser outro (e daí é preciso fazer adaptações).

O que seria necessário, no entanto, era que essa pesquisa tivesse sido feita anos atrás. Os prefeitos anteriores foram criando linhas de ônibus aleatoriamente, conforme sentiam uma necessidade aqui ou ali. Meio que por tentativa e erro. Criavam as linhas às vezes sem haver demanda, e pode ser que haja muita gente que depende de uma linha que não existe.

Gustavo Fruet, é claro, não tem culpa dos erros de seus antecessores. Bom que resolveu fazer a pesquisa agora. O que ele poderia ter feito diferente, no entanto, é segurar o edital do metrô até que se conclua a pesquisa. Um colega da área pergunta, por exemplo: quem disse que colocando mais linhas diretas dos bairros do sul para o centro, por caminhos alternativos, não se acha uma alternativa ao metrô?

O metrô é uma obra bilionária. Pode ser necessária. Mas pode não ser. Só a pesquisa mostrará isso. E não custa nada esperar ter primeiro o resultado de uma pesquisa de R$ 6 milhões antes de enterrar meio orçamento da cidade em uma obra que pode não ser a melhor.

Seria colocar o carro na frente dos bois. Ou melhor: o metrô na frente da sua necessidade.

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