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Vereador Filipe Barros. Foto: Devanir Parra/CML
Vereador Filipe Barros. Foto: Devanir Parra/CML| Foto:

Professores do ensino público de Londrina estão sendo chamados à polícia para explicar atividades realizadas com seus alunos. Nesta segunda-feira dia (24), um professor e duas professoras foram até a delegacia para depor sobre uma apresentação realizada em junho do ano passado. O evento ocorreu no Instituto de Educação Estadual de Londrina (IEEL).

O caso foi levado à polícia pelo vereador Filipe Barros (PRB) que não considerou adequada uma apresentação sobre diversidade apresentada na semana cultural da escola. Em um vídeo intitulado “Striptease de drag queen em colégio público”, publicado em seu canal do YouTube, Barros afirma que entrou com representação contra os organizadores.

Os órgãos que receberam a denúncia foram o Núcleo Regional de Ensino, o Ministério Público, a delegacia da cidade e o juiz da vara de infância e juventude. Na época da denúncia, Barros não era ainda vereador, atuava como advogado.

A foto apresentada no vídeo mostram um cartaz escrito “diversidade de gênero”. E um trecho de uma apresentação de dança de uma drag queen. O vereador também diz que “um vídeo pornográfico foi mostrado aos alunos”.

Em entrevista à Agência Pública, em agosto passado, uma das professoras envolvidas falou sobre a situação. Disse que os conteúdos foram discutidos com os alunos durante seis meses e que as imagens foram tiradas de contexto. Também disse que não houve nudez durante a performance de dança. E que foi exibido um trecho do filme “O homossexual não é perverso, perverso é o ambiente onde ele vive” para os alunos.

O vereador é o organizador de uma petição eletrônica contra o ensino da ideologia de gênero nas escolas de Londrina. Também propôs o projeto de lei da “Escola sem Partido”. Atualmente ele responde a duas representações no comitê de ética da Casa. As duas são sobre a reação do vereador no dia da greve geral em Londrina. Em vídeo gravado de dentro do carro de Barros ele passa pela manifestação xingando os participantes de “vagabundos”.

Os professores seguem indignados com a situação. A professora Giane Souza, colega dos professores envolvidos, fez um publicação no Facebook sobre o dia do depoimento. Ela mostrou sua indignação e se disse  “humilhada como professora, mãe e cidadã”.

No texto ela afirma que os professores “foram intimados porque trabalham bem, por proporem o debate da diversidade, do que é ser humano, do que é ser solidário, do que é ter respeito, do que é acreditar num mundo melhor no espaço da escola pública”.

Disse também: “Chorei como mãe pela intolerância contida neste processo e de não viver em uma sociedade segura para ser livre e amar quem escolher amar”.

Veja o vídeo do vereador Filipe Barros:

 

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