É só ligar a televisão para ver que 90% do noticiário que estremece o país está concentrado no bairro Santa Cândida, sede da Polícia Federal em Curitiba. Não é apenas lá, todo o estado está conectado pela operação Lava Jato.
Manchete da Gazeta do Povo de hoje, da trinca Kelli Kadanus, Laura Leal Bordin e Katna Baran mostra o reconhecimento da empreiteira Mendes Júnior de que pagou R$ 8 milhões em propina por uma obra na Repar, em Araucária.
Não para por aí. Os dois pivôs do esquema, que espalharam o rastilho de pólvora com suas delações premiadas, são paranaenses. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa é de Telêmaco Borba. O doleiro Alberto Youssef, de Londrina.
Youssef era unha e carne com o ex-deputado José Janene (PP), morto em 2010, que também era peça-chave do mensalão. Por suspeita de fazer lobby para o doleiro no governo, o ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas teve de sair do PT e pode ter o mandato cassado.
Sem contar que tanto Youssef quanto Costa disseram à PF que o esquema levou recursos à campanha ao Senado da curitibana Gleisi Hoffmann, em 2010. A petista nega e diz desconhecer ambos.
Do outro lado, quem comanda a apuração do caso é o juiz federal Sérgio Moro, nascido em Maringá.
Como se vê, a ligação da Lava Jato com o Paraná é territorial, com a Repar, e pessoal, com vários personagens ligados de alguma forma ao caso. Há dúvidas se o Brasil continuará o mesmo depois de mais esse escândalo. A política paranaense, com certeza, não.
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