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Câmara indica Pastoral da Criança para o prêmio Nobel da Paz
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AFP
Zilda Arns: programa criado pela médica no Paraná atualmente acompanha o desenvolvimento de crianças em cerca de 4 mil municípios do país

A Pastoral da Criança foi indicada pela Câmara dos Deputados para o prêmio Nobel da Paz de 2011. Segundo o presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), a indicação é uma homenagem à médica e sanitarista Zilda Arns. Ela fez carreira no Paraná e morreu em 2010, vítima do terremoto no Haiti.

A escolha já foi encaminhada ao Comitê Nobel da Noruega e contou com o apoio de todos os líderes partidários. Ao anunciar a decisão, Maia pediu ontem apoio de toda sociedade a favor da indicação. “Nossa intenção é que a doutora Zilda Arns receba o prêmio por sua dedicação à paz e às pessoas. Seria um prêmio para o povo brasileiro.”

O deputado paranaense Rubens Bueno, líder do PPS e um dos apoiadores da indicação, disse que Zilda foi “um símbolo de luta para igualdade e pela dignidade humana”. “Só a situação delicada em que ela morreu demonstra que essa seria uma homenagem mais do que merecida.”

Zilda estava em uma missão humanitária em Porto Príncipe e fazia uma palestra para 150 pessoas dentro de uma igreja quando o terremoto aconteceu. Ela e outros 15 sacerdotes presentes morreram, atingidos por escombros que caíram com o desabamento da construção. A médica estava no país para implantar as ações da Pastoral.

A organização foi criada por ela e outros religiosos em 1983, a pedido da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A Pastoral trabalha com voluntários que acompanham o desenvolvimento de crianças em mais de 4 mil municípios brasileiros. O objetivo é compartilhar conhecimentos sobre saúde, nutrição, educação e cidadania entre famílias pobres.

O sucesso dessas atividades levou a Pastoral a ser indicada outras quatro vezes pelo governo federal ao Nobel da Paz (2001, 2002, 2003 e 2005). Zilda também já concorreu individualmente, como integrante do projeto internacional “1000 mulheres”, em 2006. Um ano antes, ela recebeu a medalha “O Pacificador da ONU Sérgio Vieira de Mello”, concedida pelo Parlamento Mundial de Segurança e Paz.

A intenção inicial da Câmara era fazer uma nova indicação individual, o que não é permitido pelas regras do prêmio. No ano passado, logo após a morte da médica, o ex-governador Roberto Requião e o ex-presidente Lula também cogitaram a escolha, mas não conseguiram levá-la adiante.

Segundo a organização do prêmio, que chega à 122ª edição, o Nobel da Paz de 2011 registrou um recorde de indicações (241). São 188 nomes individuais e 53 entidades como a Pastoral. No ano passado, o vencedor foi o chinês Liu Xiaobo, escritor e defensor dos direitos humanos preso pelo regime comunista em 2009.

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