O ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica falou ontem à BBC o que todo mundo sabe, mas faz questão de ignorar: “quem gosta muito de dinheiro deveria ser afastado da política”. O motivo central (pelo menos no Brasil) é o seguinte: o salário dos políticos é muito bom, garante conforto, mas não deixa ninguém podre de rico.
Faça as contas. Deputados federais e senadores recebem um salário bruto de R$ 33,7 mil. Com os descontos, o líquido deve girar em torno de R$ 25 mil.
Digamos que o sujeito economize R$ 10 mil por mês desse valor, ou seja, 40% do que ganha (um esforço raro para qualquer assalariado). Ao final do mandato, teria R$ 480 mil na conta, que chegariam a uns R$ 600 mil caso ele tenha colocado as reservas na poupança.
Ao final de dois mandatos, ele seria um milionário. É uma bela quantia. Mas não dá para extravagâncias como fretar, muito menos comprar um jatinho.
A conta do custo de vida de muitos políticos não fecha descaradamente. É anormal do ponto de vista das finanças domésticas um deputado/prefeito/governador ter como hobby andar de veículos luxuosos, usar ternos importados de R$ 30 mil, fumar charutos cubanos…
Essa percepção, é claro, deveria ser levada em consideração na hora de votar. Não é necessário reforma política para ver quem está nesse ramo só para ganhar dinheiro de algum outro jeito.
-
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
-
Relatório americano divulga censura e escancara caso do Brasil ao mundo
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Lula afaga o MST e agro reage no Congresso; ouça o podcast
Contra “sentença” de precariedade, estados do Sul buscam protagonismo em negociação sobre ferrovia
Câmara de São Paulo aprova privatização da Sabesp com apoio da base aliada de Nunes
Lula afaga o MST e agro reage no Congresso; ouça o podcast
Governo Tarcísio vê sucesso na privatização da Emae após receber três propostas
Deixe sua opinião