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Crédito da foto: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados
Crédito da foto: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados| Foto:
Crédito da foto: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados

Crédito da foto: Nilson Bastian/Câmara dos Deputados

O novo ministro da Ciência e Tecnologia é dono de um restaurante chamado “Barganha”. Deputado federal de primeiro mandato, Celso Pansera (PMDB-RJ) teve seus 15 minutos de fama após ser mencionado pelo pivô da Lava Jato, Alberto Youssef, como “pau-mandado” do colega de partido e presidente da Câmara, Eduardo Cunha. O empresário do ramo de self-service da Baixada Fluminense agora será decisivo para os rumos da política nacional de inovação e de entidades como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Agência Espacial Brasileira.

O novo ministro da Saúde é psiquiatra. Em três décadas de trajetória política, Marcelo Castro (PMDB-PI) acumulou experiência em dois cargos executivos – foi presidente do Instituto de Assistência e Previdência e secretário de Agricultura, ambos os cargos no governo do estado do Piauí. Não há registros em sua biografia de cinco mandatos no site da Câmara de atuação na Comissão de Saúde.

O novo ministro dos Portos formou-se em administração e entrou para a política aos 21 anos, como vereador de Ananindeua, na região metropolitana de Belém. O destaque do currículo de Helder Barbalho (PMDB-PA) é ser filho do oligarca peemedebista Jader Barbalho e, no ano passado, ter perdido a disputa pelo governo paraense. Como brinde pela fidelidade do clã ao PT, foi indicado para o extinto Ministério da Pesca e, agora, para comandar um setor decisivo para a competitividade brasileira no cenário internacional.

O novo ministro da Defesa é jornalista, mas joga nas onze. Aldo Rebelo (PCdoB-SP) já foi ministro das Relações Institucionais, do Esporte (durante a Copa do Mundo) e, até a semana passada, da Ciência e Tecnologia. Comunista, militou contra o regime militar, mas em tese teria simpatia de setores das Forças Armadas pelo seu nacionalismo (dentre outras coisas, ganhou notoriedade pelo projeto que proíbe o uso de estrangeirismos).

O novo ministro da Educação é um velho ministro da Educação. Doutor em Economia pela Unicamp, Aloizio Mercadante (PT-SP) deixou o cargo em 2014 para assumir a Casa Civil porque, na visão de Dilma Rousseff, teria mais utilidade como articulador político do governo. Desdenhado pelos próprios petistas (como Lula) e tido como mentor de sucessivos fiascos na relação com o Congresso, ganhou como prêmio a volta à antiga pasta.

Todo o novo ministério de Dilma é, no fundo, o retrato da velha política brasileira. Não importa ao que você se dedicou a uma determinada área, o que vale é quanto você pode colaborar com capital partidário para deixar tudo como está. Eis a lição da Pátria Educadora: não se especialize em nada e faça muita politicagem, um dia seu currículo ainda pode te levar à Esplanada.

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