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Sessão da Segunda Turma do STF em 15 de maio de 2018. Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF
Sessão da Segunda Turma do STF em 15 de maio de 2018. Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF| Foto:

A defesa do deputado federal Nelson Meurer (PP-PR) argumentou nesta terça-feira (15) aos ministros da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que o fato de o parlamentar ter mantido amizade com José Janene (morto em 2010) não pode ser motivo para ligá-lo ao esquema de desvio de dinheiro ocorrido na Petrobras. “Ele está sendo acusado por atos de um falecido”, afirmou um dos advogados de Meurer, Alexandre Jobim, durante a sessão de julgamento da ação penal 996, derivada da Operação Lava Jato.

A sessão começou 14h30 e foi encerrada pouco antes das 20h30, mas ainda não houve um desfecho – pela condenação ou absolvição. O julgamento será retomado na terça-feira (22).

No ano de 2006, o PP comandado por Janene foi responsável pela indicação de Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento da Petrobras. Dali, saiu o dinheiro destinado a políticos do PP, incluindo Meurer, segundo a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR).

“De acordo com a proposta acusatória [da PGR], o deputado federal Nelson Meurer, na qualidade de integrante da cúpula do Partido Progressista (PP), entre os anos de 2006 e 2014, concorreu, de forma dolosa e decisiva, para que Paulo Roberto Costa, então Diretor de Abastecimento da Petrobras, solicitasse e recebesse, para si e para o PP, vantagens indevidas no valor total de R$ 357.945.680,52”, resumiu o relator do caso no STF, ministro Edson Fachin.

Individualmente, segundo a PGR, Meurer teria recebido uma espécie de “mesada” do esquema da Petrobras, entre 2006 e 2014, o que, no total, representaria quase R$ 30 milhões. Ele nega.

Mas, de acordo com Jobim, embora fosse próximo do ex-deputado federal pelo Paraná José Janene, Meurer não pertencia à cúpula da legenda e não tinha o mesmo poder do amigo, a ponto de indicar e dar sustentação política a Paulo Roberto Costa na Petrobras. Pelo contrário: a defesa sustenta que Meurer não tem aptidão para assumir postos de comando no âmbito partidário e que ele próprio reconheceria isso. Foi líder da bancada do PP por alguns meses, mas acabou não conseguindo permanecer no cargo.

“Meu cliente está sendo colocado na denúncia por ter sido amigo de Janene, se misturando com atos da cúpula do PP. Mas ele não tinha poder na cúpula do PP”, repetiu o advogado.

Com 75 anos de idade e no sexto mandato consecutivo na Câmara dos Deputados, Meurer tem dito que não pretende disputar as eleições de outubro.

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