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(Imagem: Thiago Lontra/Agência O Globo)
(Imagem: Thiago Lontra/Agência O Globo)| Foto:
(Imagem: Thiago Lontra/Agência O Globo)

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Certa vez, um aluno do 1° ano do Ensino Médio me perguntou se tudo que aprendemos na escola tem aplicação na vida cotidiana. Naquela época, há 18 anos, com dois anos de início da carreira de professor e 22 anos de idade, não consegui responder algo além de um simples e enfático sim.

– Sim, tudo que se aprende na escola tem aplicação no cotidiano, mesmo que você não perceba.

Essa resposta me assola até hoje, volta e meia me vejo pensando nela, reflito minha prática (lembrando Perrenoud), realinho meus pensamento e prioridades, busco no cotidiano uma explicação para tudo o que a escola traz (trazer: verbo transitivo).

Entretanto, o que ainda se percebe é o distanciamento com a realidade que a escola está do dia a dia do aluno. Ao que parece, há uma dicotomia entre o representado e o exposto dentro dela.

Felizmente, essa preocupação não é de hoje e muito menos única, vemos vários e vários autores, consagrados ou nem tanto, demonstrando essa preocupação, lemos e assistimos verdadeiras intenções de se romper esse ciclo dicotômico.

Então, como fazer isso? Em uma visão franca e direta, a escola precisa de cobertura e não de muros. Isto é, a escola precisa de cuidados e atenção, mas não de proteção, blindagem.

A escola precisa ter apoio, algo que a abrigue, uma verdadeira política educacional séria, abrangente e independente dos humores partidários e ideológicos, pois ainda estamos formando uma identidade social.

Contudo, não precisamos que a escola tenha proteção contra a sociedade, nas suas escolhas, anseios e cobranças. Muito pelo contrário, a escola precisa encarar que faz parte da sociedade e não é uma ilha ou pior, um pico inatingível, algo que muitas vezes assume o papel de barreira intransponível. Sendo isso uma verdadeira lástima que nos será trazida à responsabilidade mais cedo ou mais tarde, pois o mundo de hoje não é estático e fechado.

Quanto à pergunta de meu aluno de 18 anos atrás, hoje, responderia diferente. Diria a ele que é bem possível encontrar no cotidiano boa parte das coisas que aprendemos na escola. Contudo, existem traços de cultura escolar que só nos serve para completar a alma e o coração com conhecimento, mas escola está aprendendo a ver a si e a sociedade como elementos únicos e indissociáveis.

>>Artigo escrito por Guilherme Lemermeier Rodrigues, professor de Matemática, Especialista em Ensino de Matemática, mestrando em Educação pela Universidade Tuiuti do Paraná, instituição associada ao Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR). O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia. 

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