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(foto: Josué Teixeira)

(foto: Josué Teixeira)

Em tempos de tecnologia amplamente disponível, conhecimento acessível, comunicação em tempo real em todos os continentes, mídias atrativas e eficientes na divulgação de mensagens e no convite às descobertas, qual a importância do professor? Uma profissão tão antiga… Está ultrapassada? Pode ser dispensada, substituída?

Porém, em tempos de complexidade, como o século XXI, há que se pensar sistemicamente, ou seja, por outros lados. Esses tempos também são tempos de incentivo à autonomia e às liberdades antecipadas e sem limites. São tempos atrelados a velocidade, a aceleração de processos, a rapidez das relações. São novos tempos, que parecem atropelar instituições, crenças, pilares e estruturas. E eu diria, são tempos vertiginosos! Buscando o sentido de vertiginoso lá estão: que anda muito depressa, impetuoso, rápido; que causa vertigens; perturba a razão ou a serenidade do espírito.

Vamos pensar no ser humano inteiro, começando pelo ser humano biológico. Desde que surgiu na Terra, veio mudando, porém, o tempo das mutações é longo. Penso então que as necessidades biológicas são as mesmas de milênios atrás: sono/dormir, fome/alimento, sede/água, curiosidade/busca de respostas, afeto/aconchego, acolhimento, cuidado. Não dá para atropelar estas necessidades. Não dá para acelerá-las, diminuí-las, transferi-las ou recebê-las por via virtual. Há que ser pelo contato, pelo olho no olho e por outro ser humano.

Bem, para tudo isso, há que se ter quem cuide. Pensa-se na família, mãe e pai, ou pãe, ou mai. Ou vãe (vó/vô + mãe), ou vai (vó + pai), ufa! Tempos mutantes, novíssimos. A família se prepara para ser família?

Assim, a criança é levada à escola e é recebida pelo(a) professor(a). Aliás, de quem se espera muito. De quem a sociedade espera desempenho perfeito. Afinal, ele/ela estudou determinada área do saber, preparou-se para ser professor(a).  Todavia, ao longo do tempo, passou a abarcar mais funções. Algumas da família, que nem sempre tem dado conta. O professor é modelo. Modelo de buscar sabedoria, ser polido e ponderado. Modelo de acolher, de postura ética, de respeito, de alegria. Modelo na espiritualidade, na criatividade e inovação. Modelo de liderança, de comunicação, afinal, se o(a) professor(a) não faz bem isso, como vai ser professor(a)? A lista poderia ser bem maior. Nem acabou e já está difícil ser tudo isso.

São tempos de saturação, também. É tanta imagem saturada de maldade, descompromisso, desrespeito. É tanta falta de honradez e de brio saindo das telas (de TV) para as casas! A velocidade das imagens causa vertigem, a impetuosidade não dá espaço a reflexão e criticidade. O contexto mostra perturbações na razão e na serenidade do espírito. Na vida diária, a convivência carece de respeito, calma nas decisões. Precisamos, urgente, de ajuda para mudar esse panorama, para que a sociedade viva tempos de paz, de compaixão, de comprometimento.

Sabe-se, dos estudiosos da educação, que aprende-se por imitação. Sabe-se também, serem fundamentais os modelos para a criança e o adolescente. Que modelos a sociedade tem hoje? Quem nossas crianças e jovens tem como modelos a imitar e assim construir seus próprios modos de ser?

A importância do professor(a) para a sociedade contemporânea está em sua capacidade de ser modelo. Em viver o sentido da vida. Ajude-nos professor. Sendo forte, sendo o melhor que puder, acreditando e simplesmente sendo o que falta, o que se perdeu. Ajude-nos sendo modelo de participação, de fazer com paixão, de olhar além, olhar por si mesmo, pelos outros e pela vida.

*Águeda Thormann, mestre em Mídia e Conhecimento e professora do Curso de Pedagogia do ISE SION (Instituto Superior de Educação Nossa Senhora de Sion). O profissional colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.

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