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O Melhor da vida é simples e de graça
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Há aproximadamente sete anos resolvi compartilhar em minha rede social posts de brincadeiras simples e de graça que fazíamos ou testemunhávamos com nossas filhas desde o início da infância delas – Giulia 5 anos, e Giovanna 2 – até hoje. Não sei dizer exatamente a razão, mas quando me tornei pai pela primeira vez, logo percebi que meu papel não se restringiria a prover, educar e alimentar, mas também de estar próximo, junto, brincar e me disponibilizar. Afinal educação é estar junto, é um ato de afeto e de cumplicidade, algo muito maior que parceria ou responsabilidade. Sempre levei isso muito a sério. Eu e minha esposa trabalhamos, viajamos, corremos pra lá e pra cá como tantos pais espalhados pelo mundo, mas sempre arranjamos tempo diariamente para estar junto delas e participar, desde os perrengues aos momentos divertidos.

Sempre acreditei na infância como a essência da educação. Talvez a fase mais importante da vida do ser humano. A fase inesquecível para todos. Uma oportunidade para a descoberta, p o aprendizado, a liberdade e a experimentação, para formar laços e se expressar. Por isso desde que nasceram procuramos estar muito próximos delas, e permitir que vivessem suas infâncias com intensidade e beleza. Acredito também na infância que liberta, expõe e que se conecta com a essência da criança a sua curiosidade, imaginação e sonho. A infância que acontece em casa, na natureza, na grama, na praça, na areia, na poça, na cabana. Para muitos falar dessa infância, é falar da velha infância do passado, quando tínhamos pouca tecnologia e poucos estímulos artificiais, que nos mantinha ao ar livre, brincando e inventando. Mas para mim, infância é infância. Sem nostalgia ou conservadorismo, acredito que toda criança tem direito a uma infância livre e que proporcione a ela a autenticidade e simplicidade de ser criança. Hoje fala-se muito que o impacto das mídias, do consumismo, da insegurança, do pouco tempo dos pais, das tecnologias móveis e dos games por exemplo têm espremido crianças em ambientes cada vez mais restritos e que têm abreviado a infância que conhecíamos. Em partes concordo, mas assim mesmo aposto na infância e na capacidade natural que as crianças possuem de brincar, criar e explorar em casa e na escola se nos disponibilizamos a dar esse espaço a elas e as estimulamos.

Certo dia postei uma brincadeira que eu acabara de realizar com minhas filhas, num gramado grande onde escorregávamos de caixa de papelão ladeira abaixo e coloquei o seguinte título no post: Série – As melhores diversões são as mais simples e de graça – descida de caixa de papelão. E descrevia de forma breve aquela brincadeira que acontecia ali e divertia tanto pais e filhos de maneira simples e que não custava absolutamente nada. E muita gente curtiu, comentou, compartilhou. E dali por diante toda brincadeira que realizávamos fora de casa, ou dentro em dia de chuva, numa viagem, na praça ou na praia, que fosse simples e de graça eu postava e mais gente seguia, comentava e se inspirava.

Amigos me mandavam mensagens perguntando se eu postaria algo naquele dia de chuva para que eles pudessem fazer com os filhos. Casais sem filhos comentavam que adoraram a brincadeira de andar nas poças de galocha e iriam fazer com os sobrinhos. Avós enviavam mensagens de nostalgia do tempo da infância deles e que iriam conversar com seus filhos para olharem os posts e que seus netos pudessem subir mais em árvores. Sete anos se passaram e as postagens e curtidas aumentaram, inclusive com textos mais reflexivos e relatos espontâneos mais extensos com uma abordagem simples para valorizar uma infância saudável, criativa e feliz. Até que muitos me diziam para compilar essas histórias e fazer um livro. Levei a sério e lancei uma campanha numa plataforma de financiamento coletivo para viabilizar esse livrinho. Relatos originais de diversões que estimulam a criatividade na infância e as relações entre pais e filhos, que criam senso de pertencimento, afeto, liberdade e histórias para sempre. Um livrinho pra ser lido na cabeceira da cama com seus filhos, sobrinhos, netos e afilhados. Que pode ir pra dentro das escolas e das famílias. Para se emocionar e rir com várias histórias verdadeiras que fazem parte da infância e da criança em cada um de nós. Para lembrar que o abraço e o riso são de graça, que a imaginação é de graça e que a inventividade infantil é inesgotável. Simples assim.

Giulia e Giovanna, filhas do autor e protagonistas do livro “O melhor da vida é simples e de graça”.

 

*Artigo escrito por Jean Sigel, especialista em Marketing, Comunicação e Inovação, Palestrante, Curador do Prêmio Brasil Criativo.Co-fundador da Escola de Criatividade. O profissional colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.

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