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O papel do pai na sociedade atual tem sofrido alterações, sobretudo, nas últimas décadas. Notamos que a “condição” de pai evoluiu e, diga-se de passagem, a palavra “evoluiu” é bem apropriada, pois, felizmente, observamos que os pais estão muito mais próximos dos filhos e conhecedores de suas necessidades e vivências.

As transformações culturais, sociais e familiares, são responsáveis por essas mudanças. As famílias precisaram se adaptar para “dar conta” de seus filhos, visto que a figura materna assumiu um papel social para além da casa.

O pai, na maioria dos lares brasileiros, não é mais o único responsável pelo sustento da família e tal realidade implicou na necessidade de o homem assumir afazeres domésticos que antes eram reservados à mãe. É cada vez mais comum vermos o pai como responsável pelo jantar, enquanto a mãe acompanha o banho dos filhos, no final do dia. A orientação da “lição de casa” também já não é mais uma exclusividade feminina. E que bom que essas mudanças vêm ocorrendo!

Historicamente, até pouco tempo atrás, o pai exercia fundamentalmente uma atitude educadora e disciplinadora, de acordo com indicadores basicamente rígidos e repressivos. Assim, a interação entre pai e filhos era reduzida, em especial nos primeiros anos de vida, já que a mãe assumia todo o cuidado frente às necessidades do bebê. Esta situação foi mudando, lenta e progressivamente, porém, a mudança de hábitos nem sempre tem acompanhado o ritmo da transformação dos valores, o que acaba por ocasionar conflitos e incertezas na rede de relações afetivas familiares.

Estudos indicam que a participação efetiva do pai no desenvolvimento da criança e a interação entre pai e filhos são fatores determinantes para o desenvolvimento cognitivo e social, influenciando na aprendizagem e na conexão da criança com a comunidade na qual está inserida.

O contato corporal entre o bebê e o pai, no cotidiano, é referência na organização psíquica da criança, devido à sua função estruturante para a percepção de que não somente a mãe é o seu universo. A presença paterna, que em geral traduz força e segurança, também pode trazer aconchego e tranquilidade, o que levará a criança a crescer mais segura, resiliente e acolhedora.

Já a ausência paterna é associada também aos índices de distúrbios do comportamento em adolescentes. Pesquisas mostram que tal ausência geralmente tem impacto negativo em crianças e jovens, sendo que estes estariam em maior risco para desenvolver problemas de comportamento. O vazio deixado pela ausência do pai, gera nas crianças o sentimento de não serem amadas e uma grande desvalorização de si mesmas, em consequência disso. Além dessa autodesvalorização, sobressai o sentimento de culpa por a criança se achar má. Inconscientemente, ela acredita que se o pai não está com ela, é porque ela não é merecedora de sua atenção.

A presença constante e fortalecedora do pai provê uma base segura a partir da qual uma criança ou um adolescente sente-se apto para explorar o mundo exterior, entretanto, se necessário for, sabem que podem retornar ao núcleo familiar, certos de que serão bem-vindos, nutridos física e emocionalmente, confortados se houver algum tipo de sofrimento e encorajados se estiverem ameaçados. A consequência dessa relação de apego é a construção de um sentimento de confiança e segurança da criança em relação a si mesma e, principalmente, em relação àqueles que a rodeiam, sejam estas suas figuras parentais ou outros integrantes de seu círculo de relações sociais.

*Artigo escrito por Josiane Miara, coordenadora do período ampliado do Colégio Marista Santa Maria, da Rede de Colégios do Grupo Marista. O Grupo Marista é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia. 

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