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O uso estratégico de pesquisas de satisfação e assembleias escolares para a gestão escolar
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Os desafios do Século 21 potencializaram mudanças significativas para o desenvolvimento social e profissional. Habilidades como resolução de problemas, trabalho em equipe, liderança, pensamento crítico, criatividade e capacidade de lidar com conflitos se tornaram requisitos essenciais para lidar com os avanços da informação e tecnologia e trabalhar as relações interpessoais para contribuir com o crescimento de uma sociedade cada vez mais conectada. A escola, hoje, representa um dos espaços responsáveis pela promoção do desenvolvimento dessas habilidades e do exercício da democracia, ética e compromisso.

O exercício eficiente da gestão escolar é um dos aspectos primordiais para provocar a transformação do ambiente da escola, porém, para gerar resultados efetivos nesse novo século, é fundamental que ela seja participativa. Sabemos que planejar, acompanhar e agir a partir de indicadores educacionais contribui para melhor visualização da situação escolar e garante o avanço dos processos socioeducacionais e da aprendizagem efetiva. Parceirizar com os integrantes da comunidade escolar nesse processo potencializa esse avanço, uma vez que amplia as possibilidades para tomada de decisão, atende às demandas da comunidade, compartilha a responsabilidade e desenvolve sentimento de pertencimento.

A gestão participativa mostra, na prática, a importância do processo democrático e oportuniza aos alunos a possibilidade de exercer a ética, respeitar a opinião do outro, desenvolver o diálogo e defender o interesse comum, fazer valer seus direitos e deveres – aspectos que ele precisará exercitar fora da escola. Além disso, promove também o interesse e engajamento dos pais e responsáveis para as situações escolares, estimulando o acompanhamento da aprendizagem do aluno.

O poder da influência no contexto escolar proporciona a compreensão das necessidades da comunidade e torna seus membros corresponsáveis pelas decisões a tomar. Esse fenômeno, também chamado de autonomia coletiva, colabora para a melhoria dos resultados e para um ambiente escolar cada vez mais mobilizado e articulado.

Entre as estratégias para colocar a gestão participativa em prática, há a assembleia escolar e a aplicação de pesquisas de satisfação. A primeira se caracteriza por encontros periódicos na escola onde o gestor, professores, pais, alunos e funcionários da escola debatem a respeito de situações do cotidiano escolar com o intuito de construir soluções coletivas para melhorias nos resultados. Essas situações não se configuram somente problemas a serem resolvidos, mas também ideias de projetos, conquistas da escola e até mesmo a revisão do projeto político pedagógico e do regimento escolar.

A assembleia é uma excelente oportunidade para o gestor ouvir quais são as demandas da comunidade, dando voz aos seus membros e oportunizando o compartilhamento de ações. Além disso, promove aos alunos a compreensão do conceito de justiça e do respeito às diferenças, valoriza o diálogo e proporciona o exercício do pensamento crítico e da lida com conflitos para tomar decisões. A assembleia é uma ferramenta efetiva para exercer a democracia no ambiente escolar. É importante manter uma ata das discussões para que seja compartilhada posteriormente com os demais membros da escola. Os compromissos firmados na assembleia precisam ser trabalhados de forma que, no encontro seguinte, seus impactos sejam avaliados, sendo fundamental que o gestor acompanhe as ações e verifique se produziram o efeito desejado.

As pesquisas de satisfação são outra estratégia para a gestão participativa. Normalmente são construídas em formato de questionário, mas também podem ser conduzidas por meio de grupo focal. É a partir da pesquisa que o gestor compreende como está a satisfação da comunidade com aspectos como infraestrutura, clima educacional, metodologia e organização do trabalho pedagógico. A construção das perguntas precisa ser muito aprimorada para que o gestor possa detectar os itens que necessitam de maior atenção.

Hoje, há sites que fazem a construção e compilação das respostas de forma automática e gratuita, facilitando o trabalho de análise. Depois de compiladas, a análise pode ser feita utilizando sinalizadores e cortes na pontuação, separando os itens satisfatórios daqueles que necessitam de maior atenção. O relatório pronto se configura uma excelente ferramenta para o planejamento e a execução de ações necessárias. Ela pode ser compartilhada com os demais membros da comunidade escolar durante as assembleias para o planejamento coletivo das ações.

Colocar a gestão escolar participativa em prática é fundamental para o desenvolvimento das habilidades necessárias para o novo século. Ela possui um objetivo essencial: promover a aprendizagem plena do aluno.

 

*Artigo escrito por Giovana Chimentão Punhagui, pedagoga e mestre em Educação pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), com formação complementar em ensino de língua inglesa pela University of Cambridge. Gerente Executiva de Educação do Sistema Fiep.

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