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(Imagem: Gazeta do Povo)

Certamente um dos momentos do ano mais esperados, por todos nós, é o período de férias. É nesse momento que relaxamos, passeamos, viajamos e esquecemos (ou quase) um ano difícil que passou. Mas, enquanto a maioria dos funcionários, professores e alunos de uma escola curtem as férias, na maioria desses estabelecimentos o ritmo é muito diferente, principalmente no que se refere a obras e à manutenção das instalações prediais.

É no período de férias que as escolas aproveitam para realizar reformas de grande porte como: pintura, ampliação, reparos, demolições, limpeza geral, etc. Pode não parecer, mas em determinadas ocasiões as mudanças ocorrem em pouquíssimos dias envolvendo dezenas de pessoas (a maior parte terceirizadas) trabalhando de forma intensa. A pergunta que fica é: isso pode afetar o bem estar dos alunos e dos demais membros da comunidade escolar no retorno às aulas?

Algumas obras podem não ter sido concluídas até o início das aulas. Isso acontece. Significa então que poderá haver peças, equipamentos, materiais e trânsito de pessoas que não conhecem o ambiente escolar e suas particularidades. Portanto, há a necessidade de sempre verificar minuciosamente o espaço utilizado por alunos antes do retorno às aulas, buscando a existência de objetos que podem oferecer risco: pregos, vidros, tintas, ferramentas, produtos de limpeza, etc., deixados para trás, esquecidos na correria de entregar o espaço. Certa vez, presenciei uma “montanha” de areia resultante de determinada obra, sendo utilizada pelos alunos para brincadeiras. Nela havia pregos! Outra observação a ser feita, é o estado dos brinquedos dos playgrounds. Muitos podem ter sido reformados e instalados durante o recesso. É importante saber se foram montados corretamente. Muita atenção às salas de aula dos pequenos, que devem possuir também protetores de tomada. Por vezes, esses itens são retirados para a utilização de equipamentos e não colocados novamente no lugar, por esquecimento. Nesse período de férias, ainda, as escolas aproveitam para a realização das limpezas da caixa de água, que devem ser realizadas (por força de lei) a cada seis meses.

Outro cuidado importante é com relação aos alimentos fornecidos pelas cantinas e refeitórios. Muitos locais permanecem fechados durante o período de férias e, portanto, deve haver uma atenção especial à validade dos produtos, principalmente nos primeiros dias de aula.

Como em qualquer escola, no início do ano sempre há alunos novos, que não conhecem o espaço que vão compartilhar com os “veteranos” por um bom tempo. É nesse momento que é importante, dependendo da faixa etária, mostrar-lhes o espaço físico e as suas regras. Também é oportuna a realização de capacitações, principalmente para os alunos e funcionários novos, sobre o plano de abandono da edificação, popularmente conhecido, como plano de evacuação, lembrando que os simulados devem ser realizados a cada seis meses, no mínimo, por força de legislação estadual.

Mas, como nós, pais, podemos verificar se essas medidas estão sendo ou foram tomadas? Primeiramente conhecendo bem a escola, observando a rotina da instituição, olhando as condições quando for apanhar a criança e, sempre que possível, conversando com os responsáveis pela instituição, questionando os itens de segurança. A escola certamente contribuirá para isso, pois assim os pais ficarão mais tranquilos e confiantes na escolha que fizeram.

Nos primeiros dias, é muito normal a ansiedade tanto das crianças como dos pais pelo retorno, sendo que esse fator não pode servir de desculpas para uma outra situação que, infelizmente, ainda vemos no nosso trânsito, apesar da enorme quantidade de informação disponível nos canais de comunicação: a não utilização da cadeirinha para criança no carro.  Como mencionado, estão disponíveis fartas informações, de fonte segura, sobre as faixas etárias, tipos, montagens etc., desse equipamento de segurança que, comprovadamente, já salvou milhares de crianças. Pais, observem as regras existentes, policiando-se e educando seus filhos a respeito da importância da utilização das cadeirinhas. Desculpas como: “… o trecho é curto…”, “… é logo ali….”, “… ela não gosta de utilizar…” não colam mais. Devemos evitar o contrassenso de exigir que a escola ofereça uma educação (incluindo a segurança) de qualidade aos nossos filhos, se nós não incorporamos práticas seguras na família.

Como profissional de segurança sempre converso com meus alunos, colegas de trabalho, profissionais a quem visito em empresas, e demais interessados, alertando que a prevenção de acidentes não deve estar apenas nas atividades fora de nossas residências, mas também em casa, desde que nos levantamos e principalmente quando agimos junto aos nossos filhos. Portanto, um bom início de ano para todos, com muita segurança.

*Luiz Mauricio Wendel Prado, Técnico de Segurança do Trabalho. Autor de trabalhos apresentados sobre o tema no Brasil e no exterior. Mestre em Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente. Professor de Segurança do Trabalho da UNINTER – Instituição associada ao Sinepe/PR. O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Educação e Mídia.  

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