Tablet para os professores: eu quero!

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A professora e pesquisadora Glaucia Brito testa tablet do programa Educação Digital

Estive testando o tablet que será distribuido para os professores do Ensino Médio das escolas públicas dentro do programa Educação Digital do Ministério da Educação. Aqui, no Estado do Paraná, a primeira distribuição será feita para os professores que testarão o sistema de chamadas e notas on-line da Secretaria de Educação, ou seja, estes professores poderão realizar as chamadas de seus alunos, fazer o registro de conteúdos e notas utilizando um novo suporte eletrônico, o tablet.

Oferecer um software que alivia a burocracia do professor é uma boa iniciativa para motivá-lo a utilizar o tablet. Inicia-se assim uma pré-etapa de aprendizagem tecnológica para o professor que se acrescenta as etapas apresentadas por José Manuel Moran no livro A Educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Já escrevi sobre estas etapas num post realizado aqui neste Blog, mas vale a pena relembrá-las do ponto de vista da formação dos professores do Ensino Médio para o uso das tecnologias na sala de aula.

Esta pré-etapa de aprendizagem tecnológica, já discutida por Brito, Purificação e Vermelho (2000), seria aquela na qual o professor utiliza os recursos tecnológicos para apoiá-lo nas tarefas burocráticas da sua profissão e faz uso pessoal também desta ferramenta: comunica-se com seus amigos por e-mail e outros recursos, acessa as redes sociais e passa a conhecê-las, aprende a armazenar arquivos “nas nuvens”, passa a utilizar e-books disponíveis na rede, se familiariza com pesquisas de conteúdo para suas aulas em diversas ferramentas disponíveis na internet, etc.

Após a pré-etapa, vem a primeira etapa da aprendizagem, que diz respeito a usar as tecnologias disponíveis para melhorar as suas aulas, ou seja, utilizar os recursos tecnológicos para melhor apresentar e expor os conteúdos da sua aula; indicar aos alunos quais recursos utilizar para auxiliar seu processo de pesquisa e realização de tarefas; disponibilizar seus materiais teóricos de diferentes forma, utilizando os recursos da Web 2.0.

A segunda etapa é aquela na qual o professor utiliza as tecnologias para realizar mudanças parcias na sua ação pedagógica em sala de aula: criar novos espaços e atividades que vão além da sala de aula, por exemplo, criar um blog ou uma comunidade no facebook da disciplina, utilizar o twitter para enviar avisos aos alunos; criar novas formas de avaliação, etc.

A terceira etapa é aquela que se fará uso das tecnologias para mudanças inovadoras. Esta etapa não depende só do professor, exige também uma flexibilização do currículo e a reestruturação de espaços com recursos tecnológicos diversos.

Numa pré-etapa da aprendizagem tecnológica para os professores são necessários alguns cuidados, tais como:

1.Criar mecanismos de acompanhamento destes professores, pois dificuldades e dúvidas aparecerão no uso do software oferecido, pode-se estabelecer um “help desk” de fácil acesso para o professor, que o deixe a vontade para tirar suas dúvidas.

2.Equipes de tecnologia e equipes de formação realizem o planejamento juntos para a formação dos professores, fazendo assim na sequência as etapas de aprendizagem tecnológica.

>> Glaucia Brito é professora do Departamento de Comunicação Social e dos Programas de pós-graduação em Comunicação (PPGCOM) e Educação (PPGE) da UFPR, pesquisadora em Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação.

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