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Fronteiras e descobertas ( reflexão para quem quiser levar na algibeira):
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O escritor moçambicano Mia Couto lembrou-me que a palavra fronteira vem de front, que quer dizer, como sabemos, frente. O limite é o ponto mais avançado para alguém. Lugar do ainda conforto e, ao mesmo tempo, um passo antes do desconhecido.

Na primeira guerra mundial, nas terríveis trincheiras do front, os soldados desenvolveram um código em alto relevo para poderem se comunicar em silencio e no escuro. Desse esforço de comunicação e vida em meio a um dos ambientes mais terríveis que se possa imaginar, nasceu a técnica que evoluiu para o método braile e que permitiu a milhões de cegos “verem” com a ponta dos dedos, retomando o controle de suas leituras e garantindo o alimento para a imaginação.

cegueira

Muitas vezes acreditamos estarmos no limite e somos tomados do medo que nos faz recuar e então, na área de conforto de nossa mesmice, ficamos sonolentos e acreditamos que isso é paz.

Mas às vezes entendemos que o simples ato de andar implica, por frações de segundo, deixarmo-nos em completo desequilíbrio, a perna balançando, o pé fora do chão. Esse movimento fundador é o que nos impulsiona para o próximo passo. Fronteiras a todo instante. Descobertas à vista. Quem há de ficar parado?

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