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Nós, brasileiros, nos dividimos entre os que vieram ao mundo (Brasil) a passeio e os que vieram a trabalho. É como se fôssemos escalados para uma grande aeronave, alguns são a tripulação e a grande maioria se encaixa entre os passageiros.

Da tripulação, ou dos que vieram a trabalho, é esperado que sirvam todos com o maior zelo, presteza, educação e profissionalismo. Já os passageiros são os que têm todos os diretos, lugar reservado, sentam e não olham para lado, ficam olhando o celular ou pela janela. Na melhor das hipóteses, leem um livro por algum tempo e depois dormem, sem nenhuma obrigação ou compromisso.

Na maioria das vezes, viajamos nessa grande “espaçonave” com nossos familiares. Conversamos entre nós e em nosso idioma, contamos piadas, falamos e observamos o vizinho que está sentado ao lado. Fundamentalmente, esperamos um atendimento de primeira – afinal, os tripulantes são os que têm que nos atender, de forma gentil e educada. Como nos grandes aviões, temos poucos tripulantes e muitos passageiros. Porém, no mundo que dá certo, a diferença entre a quantidade de tripulantes e de passageiros não é tão grande.

Na Alemanha (dos 7×1), a maioria da população se encaixa entre os tripulantes. Todos cuidam, se preocupam e zelam pelo coletivo. Na educação dos filhos, prezam pela vivência e pela convivência, em detrimento das teorias e das modernidades. Nas pequenas vilas alemãs, o corpo de bombeiros é formado pela própria comunidade. Existem equipamentos proporcionais para cada demanda e a comunidade se escala para atender eventuais emergências.

Do lado do estado, eles têm regras claras, objetivas e que devem ser seguidas por todos. Por exemplo: não existe limite máximo de velocidade nas autoestradas alemãs, mas todos seguem rigidamente a sinalização. Quando há um limite, não precisam de lombadas, radares ou guardas para manter o controle. Isso vem de uma população que tem educação, que entende que se a lei existe é para ser cumprida.

Na nossa “aeronave” chamada Brasil, não será fácil convencer as pessoas de que mudar de categoria, ou seja, passar de passageiros para tripulantes, é preciso. É uma mudança radical, e não será com o discurso do direito acima de qualquer dever que conseguiremos avançar.

A solução está em incluir os poucos tripulantes existentes no Brasil atualmente nos espaços políticos, partidos, sindicatos ou nas instituições que trabalham ou defendem. Precisamos incentivar estes tripulantes, pois ser “passageiro” é da natureza humana. Se não fizermos nada, chegará o dia em que todos seremos passageiros, pois os tripulantes irão para outras aeronaves (países), onde sejam respeitados.

*Artigo escrito por Ademar Batista Pereira, professor associado ao Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR), é empresário, educador e diretor da FENEP (Federação Nacional das Escolas Particulares). Ademar também é autor de dois livros: Filhos na Escola Integral e Pérolas Infantis (Editora Inventa). O SINEPE é colaborador voluntário do Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.  

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