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A sustentabilidade do negócio sempre vem à tona em momentos de dificuldade e renovação. Principalmente quando a crise está instaurada no país e muitas empresas estão cortando gastos, sejam funcionários, investimentos, ou até mesmo fechando suas portas, pois não conseguem mais arcar com os custos.

Isto torna a gestão muito vulnerável, principalmente por não ter a sustentabilidade no dia a dia da empresa. Ser sustentável não é apenas ter trabalhos sociais ou ambientais. Mas sim, economicamente falando, pois a empresa precisa ser bem alicerçada para alcançar voos maiores. Confira abaixo a entrevista com Charles Carneiro, especialista em sustentabilidade e professor do Mestrado Profissional em Governança e Sustentabilidade do ISAE.

O que as empresas podem fazer para começar 2016 com a sustentabilidade em seu DNA?

As boas experiências, as de sucesso, que temos no país e no mundo envolvendo princípios sustentáveis na gestão de empresas tem como alicerce a percepção e estímulo a partir de seus líderes. Quando este entendimento e impulso vem da alta direção, a fluidez e chance de sucesso aumenta significativamente. Obviamente que o corpo operacional precisa estar imbuído do mesmo espírito, contudo mudanças de postura na gestão, estratégias e principalmente possíveis investimentos necessários à adoção são facilitados quando os líderes têm esta linha de atuação, têm a percepção de que este é o melhor caminho a seguir.

Como a sustentabilidade pode ajudar as empresas a barrar a crise?

Creio que não é o fator sustentabilidade que vai barrar ou não a crise nas empresas no atual cenário. Enfrentamos momentos difíceis, talvez os mais difíceis já enfrentados pelo empresariado brasileiro. Por outro lado, a sustentabilidade pode, além de proporcionar uma gestão mais responsável sob todos os aspectos, promover redução de custos pela otimização no emprego de produtos, oportunizar diferentes nichos mercadológicos, bem como vantagens em determinadas concorrências. As empresas sustentáveis já têm e terão cada vez mais vantagem competitiva. Isso é uma tendência mundial! No entanto, para avaliar o efeito da sustentabilidade na gestão da crise teria que se fazer uma análise caso a caso.

A sustentabilidade pode ser um diferencial competitivo para 2016?

Sim, para 2016, 2017, 2018 e assim por diante. Em um futuro não distante, mais do que ser um diferencial competitivo, empresas não sustentáveis terão grande dificuldade em sobreviver no mercado. É sabido que não há sustentabilidade sem viabilidade econômica, contudo cada vez mais os eixos ambiental, social e cultural assumem maior importância, quer seja pela própria conscientização, ou mesmo pela pressão de leis, órgãos ambientais e da própria sociedade. Em tempos de internet, a velocidade da informação tem sido uma ferramenta de grande relevância para permear estes conceitos, ao mesmo tempo em que permite um olhar “fiscalizatório” da população. Portanto, empresas que não têm essa percepção podem enfrentar sérios problemas.

Quais dicas você deixa para as empresas colocarem a sustentabilidade em prática?

Obviamente que há outros caminhos, mas a minha experiência tem demonstrado que primeiramente o corpo diretivo precisa estar sensibilizado a conduzir a empresa sob estes princípios, apoiando e incentivando as ações que necessitem ser adotadas. Muitas vezes requer uma reestruturação corporativa, o que pode demandar investimentos no início, certamente recuperados a posteriori.

Também é preciso ter bons profissionais com conhecimento técnico em governança e sustentabilidade. Estes eixos estão diretamente relacionados e o corpo técnico, notadamente os gestores de processo, precisa ter know-how no assunto. É fundamental atuar em compliance, atendendo todos os preceitos e conformidades legais.

Outros dois aspectos determinantes que eu gostaria de destacar: deve-se promover a participação de todos os stakeholders no processo, sem esquecer do cliente, bem como, promover fóruns de discussão com todos os colaboradores da empresa, para demonstrar que sustentabilidade vai muito além de cuidar do meio ambiente, que pode gerar lucro, que pode proporcionar o bem-estar de todos, buscando que gerações futuras possam igualmente usufruir do ecossistema.

Este ano tivemos um acidente ambiental gigante em Minas Gerais, porém no dia a dia as empresas cometem pequenos problemas ambientais. Como fazer para evitar isso?

Governança sustentável e responsável. É preciso ter um efetivo processo de gestão, além de que é preciso conhecer a fundo o seu processo de produção, com o conhecimento do processo é possível monitorar e mensurar adequadamente. É possível ter alto rendimento de forma sustentável, observando critérios de legislação. Outro aspecto bastante importante é a existência de um plano de alerta e contingência, caso necessário.

*Artigo escrito pela equipe do ISAE/FGV, publicado também na 36ª Edição da Revista Perspectiva. O ISAE/FGV é uma instituição parceira do Instituto GRPCOM.

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