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A agricultura orgânica e o desenvolvimento sustentável
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Relembrando uma crônica escrita originalmente pela colunista Mary Schmich em 1997 e depois gravado no Brasil na Voz de Pedro Bial que tem em seu início o Conselho: “Nunca deixem de usar filtro solar. Se eu pudesse dar só uma dica sobre o futuro seria esta: use filtro solar”. Parafraseando diria : “Consuma produtos orgânicos”.

Os orgânicos, apesar de atualmente serem mais caros que os alimentos da base produtiva convencional, essa diferença que poderíamos considerar como sendo os custos pelos benefícios reconhecidos pela alimentação dos produtos produzidos pelas chamadas agriculturas orgânicas é imensamente maior, não somente pela qualidade de uma vida mais saudável, pois possuem valor nutricional maior e mais equilibrado (ODS 2 e 3), mas também ao meio ambiente. O plantio de forma orgânica contribui para a qualidade de vida daquele que produz fixando o homem no campo (ODS 1 e 8) sendo que no Brasil atualmente são mais de 15.000 unidades agrícolas, aproximadamente 750 mil hectares, a maioria de produtores familiares, com melhor formação e valorizando a participação da mulher agregando pais e filhos e reordenando a base social (ODS 4 e 5). Contribui também para a sustentabilidade dos ecossistemas evitando produtos químicos contaminantes (ODS 12), ampliando a biodiversidade local em todos os seus aspectos (ODS 14 e 15) , e indiretamente minimizando o efeito estufa e o aquecimento global (ODS 13) e reduz a poluição de água e do solo (ODS 6).

A agricultura orgânica respeita os organismos vivos por meio da proteção e diversificação da flora e da fauna, produzindo sempre que possível observando todos os ciclos da vida e sua natureza com seus tempos de maturação e reprodução e consorciação de espécimes.

Apesar de a produção orgânica contribuir com apenas 1,5% dos produtos de nossa base agrícola consumidos no mercado brasileiro, cresce a uma taxa de 20% ao ano, permitindo imaginar uma mudança consistente do modo de vida também do homem urbano que tem nas gôndolas dos supermercados ou nas feiras livres cada vez mais alternativos desses produtos, com novidades principalmente lácteas e sucos (processados e semiprocessados), (ODSs 11 e 12). É cada vez mais frequente observarmos que existe um movimento para essa nova tendência: enquanto alguns supermercados reservam espaços específicos para esse tipo de produto, outros realizam promoções e degustações como atrativo a mais como alternativa mercadológica com apelo para uma alimentação mais saudável e segura. Até mesmo na gastronomia há uma preocupação crescente em relação à oferta de pratos com produtos orgânicos, apesar de que de há muito tempo já existirem restaurantes tidos como “naturebas” alternativos.  Até grandes redes de fast-foods já integraram nos seus cardápios algumas alternativas orgânicas.

Outro costume muito antigo e que está retornando às cidades e a produção agrícola caseira, alternativa que garante a quem se propõe a produzir sua própria hortaliça, por exemplo, é da certeza da organicidade, além, dizem muitos, de ser também terapia para estressante das grandes cidades (ODS 11).

Também, os produtos orgânicos, geralmente são produzidos e consumidos na mesma região ou na medida do possível, transportado o menos possível até serem comercializados e consumidos. (ODS 9).

No Brasil a Lei no. 10.831 de 2003 estabeleceu normas para a produção, embalagem, distribuição e rotulagem para os produtos orgânicos de origem seja animal ou vegetal, e a partir de 2011, todos os produtos orgânicos comercializados no mercado precisam ser identificados com o Selo do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg) ou por uma Declaração de Cadastro no caso das feiras, que demonstra que o produtor está cadastrado no Ministério da Agricultura (MAPA) (ODS 16). Os restaurantes, lanchonetes e hotéis que se utilizam ingredientes ou que servem pratos orgânicos devem ter sua rastreabilidade garantida e à disposição dos consumidores e da fiscalização. (ODS 12 e 17).

Não digo que não é importante usar filtro solar, é importante e saudável, mas, por um mundo melhor, para você e pelas gerações futuras, dê preferência e consuma produtos orgânicos, pois assim podemos desde já construir um futuro diferente, um futuro melhor.

 

*Artigo escrito por Murilo Wenzel Luiz, educador, filósofo, economista, administrador de empresas, especialista em marketing, sistemas de informação e análise de sistemas. Murilo é integrante do Movimento Nós Podemos Paraná, articulado por diversas Instituições do Paraná, parceiro voluntário do blog Giro Sustentável.

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