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Segundo o artigo terceiro da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional, nº. 11.346, de 15 de setembro de 2006, a segurança alimentar e nutricional consiste na realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais (…).

Entretanto, atualmente 52 milhões de brasileiros estão vivendo em situação de insegurança alimentar e desses, quase 11 milhões vivem em situação grave (IBGE, 2014). O conceito de insegurança alimentar grave indica que a falta de recursos para comprar alimentos é tão crítica que um indivíduo pode ficar o dia inteiro sem comer por falta de dinheiro, situação essa que o IBGE caracteriza como fome.

Contudo, o Brasil é o quinto país do mundo em extensão territorial, ocupando metade da área do continente sul-americano. Somos uma nação com clima e solo ideal para a cultura de inúmeras espécies de plantas, ou seja, com condições de produzir alimento não só para atender ao mercado interno, mas também para o mundo. Entretanto, existe um contraste grotesco, pois ao mesmo tempo em que produzimos no campo, geramos grande quantidade de lixo orgânico.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), anualmente no mundo, 1,3 bilhões de toneladas de comida, em condições de alimentar seres humanos, são desperdiçadas, juntamente com toda a energia, água e produtos químicos necessários para produzi-la e descartá-la. Ainda, segundo a FAO, “A redução de desperdício de alimentos não só evitaria a pressão sobre recursos naturais escassos, mas também diminuiria a necessidade de aumentar a produção de alimentos em 60%, a fim de atender a demanda da população em 2050”.

Não se pode deixar também de citar a importância de aproveitar os alimentos na sua totalidade, já que a minimização de rejeitos orgânicos dispensados na natureza pode contribuir de forma positiva para a conservação dos recursos naturais. Para tanto, o caminho mais adequado é o da educação alimentar (Sesi SP, 2008).  Partindo dessa premissa o Conselho Nacional do Sesi, no ano de 2004, integrou-se ao conjunto de políticas públicas de melhoria do quadro nutricional da população e implantou o Cozinha Brasil nos 26 Estados da Federação e no Distrito Federal.

No Paraná, o Cozinha Brasil faz parte do programa Sesi Cuide-se Mais Alimentação Saudável. Seu objetivo é estabelecer um processo educativo, voltado a colaborar na mudança de comportamento dos trabalhadores da indústria em relação à preparação e consumo dos alimentos, promovendo uma cultura de saúde, bem-estar e desenvolvimento com sustentabilidade. Em suas ações o Cozinha Brasil une três excelentes ingredientes para uma boa refeição – qualidade, sabor e economia, pois ensina a aproveitar todas as partes dos alimentos, inclusive o que normalmente é desprezado como caule, talos, cascas, folhas e sementes, garantindo uma alimentação de alto valor nutricional e baixo custo.  As oficinas Cozinha Brasil, ministradas por nutricionistas do Sesi, são realizadas em unidade móvel equipada com cozinha experimental e didática e as aulas teóricas e práticas são ministradas por nutricionistas do Sesi.

Em 2008, foi estabelecida uma parceria entre o Sesi SP e a UNESP Botucatu, onde caules, talos, folhas, sementes e cascas de alimentos foram submetidas a análises em laboratório, o que gerou subsídios para o desenvolvimento da Cartilha de Composição Química das Partes não Convencionais dos Alimentos. Essa cartilha trouxe dados consistentes que reforçam que essas partes dos alimentos são mais nutritivas que as habitualmente presentes na alimentação (IBGE, 2005).

A partir dessas informações, nota-se que o Sesi está alinhado com os objetivos da ONU, através do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), do Programa Mundial de Alimentos (PMA) e com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), incentivando a participação do setor privado nas atividades de desenvolvimento, ressaltando a importância da responsabilidade social corporativa.

*Artigo escrito por Ana Paula Leitoles Remer, coordenadora técnica de negócio da Gerência de Segurança e Saúde para a Indústria do SESI PR e integrante da equipe do Movimento Nós Podemos Paraná, articulado pelo SESI PR, parceiro voluntário do blog Giro Sustentável.

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