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Businesswoman Addressing Multi-Cultural Office Staff Meeting
Businesswoman Addressing Multi-Cultural Office Staff Meeting| Foto:

Durante o mês de setembro de 2015, 193 países representados por seus chefes de Estado e de Governo, aliados a um grupo de representantes da Organização das Nações Unidas (ONU), estiveram juntos na sede da Organização em Nova York, onde foram adotados os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como parte da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável com metas e objetivos indissociáveis que só serão alcançadas mediante o envolvimento, compromisso e ação de todos.

Em um paralelo a esse panorama apresentado, no relatório do Fórum Mundial de Educação da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) – realizado em Dakar no ano 2000 – a educação superior precisa inovar no seu modelo pedagógico para responder a complexidade da sociedade nos dias atuais. Essa inovação deve acontecer em seus modelos e projetos pedagógicos, inserindo uma visão de mundo mais global, pautada em princípios éticos, responsabilidade social e na sustentabilidade nas organizações.

A formação de executivos – especialmente em Escolas de Negócio – é uma das formas de gerar transformação, pois esse processo de construção de líderes e gestores com uma visão global e cientes do seu papel na sociedade faz com que esses indivíduos tenham novas visões de mundo e interajam de maneira diferente com a realidade a que estão inseridos.

Práticas educacionais baseadas na experiência são uma maneira eficaz de desenvolver essa transformação nos alunos de Escolas de Negócio. A Aprendizagem Experiencial, discutida como teoria por autores como David Kolb e John Dewey, pode ser entendida como uma prática educacional baseada na ideia de que o aprendizado ocorre através das experiências com a participação ativa dos estudantes e oportunidades de “mão na massa” conectadas de alguma forma com a vida do indivíduo. Ao se tratarem de alunos adultos, a experiência e a clara conexão da teoria com a prática são elementos essenciais.

Pode se destacar como maneiras de estimular esta forma de aprendizagem, dentro da educação executiva, programas de estágio e trainee, ferramentas como jogos de negócio, e o movimento de empresas júnior. Em todos esses casos o aluno é imerso em uma realidade diferente da sua e desenvolve seu conhecimento através de atividades práticas com referências ao dia a dia.

Recentemente desenvolvi um estudo que trata do voluntariado como uma forma de ensino na formação de executivos. Ao comparar programas do Brasil (Programa Uaná – ISAE/FGV), Colômbia (EMI Program – Universidade de Externado) e Índia (DoCC Program – SPJIMR) foi possível identificar que o voluntariado neste contexto educacional, oferece uma série de benefícios ao estudante tanto em nível pessoal quanto profissional. Como ponto de destaque tem a evolução da confiança dos alunos no que se relaciona a tomada de decisão, principalmente no ambiente corporativo. Além disso, existe uma clara relação entre a teoria e a prática, com o uso de ferramentas e práticas aprendidas em salas de aula. Os programas analisados, inseridos dentro das Escolas de Negócio, se baseiam em um processo de consultoria onde os alunos colaboram para a profissionalização do terceiro setor e de micro e pequenas empresas.

O reconhecimento pelo mercado de competências desenvolvidas pelo voluntariado também é algo que chama atenção. Habilidades e conhecimentos que fogem do convencional, como o conhecimento técnico e ferramental são cada vez mais um diferencial na contratação de funcionários por parte das empresas. Empatia, capacidade de trabalhar em equipes multiculturais, formação ética e responsável são pontos essenciais na formação do novo líder que a sociedade necessita.

Recomenda-se que mais escolas de negócio se utilizem do voluntariado como uma estratégia educacional. Além de proporcionarem um aprimoramento aos alunos participantes, colaboram ativamente para a sociedade, seja no âmbito social, no terceiro setor, como para pequenas e médias empresas da base da pirâmide. Além disso, o trabalho voluntário torna os alunos mais sensíveis à realidade dos países onde estão inseridos, e proporcionam a oportunidade de formação de líderes executivos globalmente responsáveis e que irão gerar um impacto positivo e transformador nas empresas onde estiverem inseridos como profissionais, contribuindo para o atingimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

 

*Artigo escrito por Gustavo Loiola, Mestre em Governança e Sustentabilidade, responsável pelas áreas de Sustentabilidade e Relações Internacionais do ISAE/FGV Escola de Negócios. O ISAE/FGV é uma instituição parceira do Instituto GRPCOM.

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