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(Foto: ASID Brasil)
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Um ano atrás iniciei minha carreira no terceiro setor, dentro da área de marketing. Sem ao menos saber quais seriam meus desafios me vi imersa com um grupo de pessoas apaixonadas pelo que fazem e que diariamente são desafiadas pela área.

Para você entender melhor o tamanho desse desafio, dados de 2015 do IBGE mostram que o terceiro setor movimentou 1,4% do PIB no Brasil, um dado irrelevante perto dos 6% atingidos pelo terceiro setor na maior economia do mundo, a dos Estados Unidos, onde a cultura da filantropia já está enraizada.

Mas você deve ter visto na sua timeline ou naquele site que isso não se aplica a todos os casos, pois existem várias organizações da sociedade civil que vêm crescendo e aumentando seu impacto independente do cenário onde estão inseridas. Então, quem está dizendo a verdade? Bom, ambos.

O terceiro setor é repleto de pessoas que querem fazer o bem e mudar um pouco da nossa realidade, e infelizmente vivemos em uma sociedade que precisa muito de pessoas assim. Nosso sistema de saúde é precário, 75% da população depende do SUS e ainda assim o gasto anual em saúde é de R$222 por habitante, segundo o IBGE, além disso nosso planeta está sendo destruído aos poucos, basta ligar a televisão ou ler um jornal para perceber a nossa política tomada por corrupção e nossas crianças desprotegidas e negligenciadas.

Mudar esse cenário é um trabalho árduo e infelizmente nem todas as OSCs, apesar de sua genuína vontade, conseguem fazer. Isso acontece por inúmeros motivos, instabilidade financeira, falta de apoio, burocracia, falta de conhecimento em gestão e dificuldade em gerenciar projetos.

Em contrapartida, conhecemos casos de organizações que conseguem passar por essas adversidades, aumentar seu impacto e continuar crescendo cada vez mais. Isso geralmente acontece porque elas se sobressaem em alguns pontos chaves que vou explicar melhor em seguida.

As organizações sociais têm um conhecimento profundo sobre seu ramo de atuação, geralmente têm experiência e contato cotidiano com os problemas que tentam resolver. Porém, são poucas as que têm conhecimento e dão a devida importância à gestão. Conseguir visualizar a organização com a perspectiva de um empresário é fundamental para uma visão de longo prazo e manter-se ativa. Além disso, é necessário ter um bom relacionamento na comunidade empreendedora, estar conectado a novas tendências, novos mercados e pessoas influentes.

Os recursos geralmente são escassos e os convênios cheios de burocracias, isso dificulta a estabilidade financeira. Para driblar essas adversidades, as organizações da sociedade civil investem no marketing e formas inovadoras de captar recursos. Ter uma marca bem posicionada não é um luxo que somente grandes empresas podem arcar. Com iniciativas como o Google Grants, programa que beneficia instituições sem fins lucrativos com publicidade gratuita no Google AdWords e outros produtos da Google, as OSCs ganham mais visibilidade e mais impacto.

É necessário, também, conseguir visualizar novas formas de captação de recursos. Em um país onde a doação não é incentivada ou bem vista, atrelada a inúmeros casos de organizações de fachada, é difícil sobreviver do investimento privado. Segundo o IDIS (Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social), em uma pesquisa sobre os hábitos de doação, apenas 26% dos entrevistados acham que as entidades sociais são confiáveis. Nesse momento é necessário visualizar qual o melhor modelo de negócios e inovar na sua proposta de valor – isso varia de acordo com a organização, não existe um modelo a ser seguido – que funcione para todos.

Ser empreendedor no terceiro setor, investir em marketing e inovar nas formas de captar recursos é o que a maioria das organizações da sociedade civil de grande impacto e atuação fazem para conseguir destaque na área. Existem, ainda, inúmeros fatores que conduzem ao sucesso, mas acredito que práticas como estas são dignas de ser compartilhadas e mais difundidas entre as organizações, garantindo um ambiente mais propício para a geração de impacto.

*Artigo escrito por Ana Carolina Medeiros, Designer e assistente de marketing na ASID Brasil (Ação Social para Igualdade das Diferenças), organização social que trabalha para aprimorar a gestão das instituições filantrópicas para pessoas com deficiência, resultando na abertura de vagas, melhoria da qualidade de atendimento e inclusão no mercado de trabalho. A ASID colabora voluntariamente com o Instituto GRPCOM no blog Giro Sustentável.

**Quer saber mais sobre cidadania, educação, cultura, responsabilidade social, sustentabilidade e terceiro setor? Acesse nosso site! Acompanhe o Instituto GRPCOM também no Facebook: InstitutoGrpcom, Twitter: @InstitutoGRPCOM e Instagram: instagram.com/institutogrpcom

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