A adolescência é um período de inúmeras descobertas. É nela que surgem os relacionamentos, as novas amizades, os novos olhares para o mundo e para a comunidade. Além da “pressão” por parte da família e dos amigos, existe também a pressão por parte da escola para que o adolescente tome decisões importantíssimas nesta fase, como a escolha de uma profissão.
Existem discussões e debates nas grades curriculares quanto a este assunto, mas também há o incentivo e apoio por parte dos professores e direção das escolas para que os jovens possam conhecer as profissões do mercado e escolham com a máxima convicção onde querem estar no futuro. Palestras, visitas às feiras de profissões e trabalhos em grupo podem facilitar e abrir a mente dos futuros profissionais no mercado de trabalho.
Para estimular novas vocações e até mesmo pôr em prática tantos talentos desconhecidos dentro da sala de aula, o voluntariado na adolescência pode ser um grande aliado na escolha de uma carreira profissional. Segundo a Lei do Voluntariado (Lei 9.608 de 1998), todos podem ser voluntários e em sintonia com o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, o menor de idade pode atuar em uma instituição social como voluntário desde que não esteja em risco sua saúde e integridade.
O jovem poderá atuar voluntariamente em diferentes setores dentro de uma entidade social, aprendendo novas atividades, aprimorando seu relacionamento interpessoal e quem sabe descobrindo realmente o que quer ser quando “crescer”.
Se na atividade voluntária o/a jovem percebe-se uma pessoa paciente, que sabe conviver com pessoas de diversas idades, classes sociais e etnias, que tem facilidade em ouvir e gosta de dedicar seu tempo ao lado de outras pessoas, ele/a pode descobrir-se um/a futuro/a assistente social, pedagogo, psicólogo, coach, etc.
Se pratica esportes e toca algum instrumento musical, pode utilizar estas habilidades para atender algum projeto com crianças em sua atividade voluntária e quem sabe já ir preparando sua carreira de professor/a de educação física, dança, artes marciais e até mesmo de um/a futuro/a atleta.
Se percebe que tem facilidade para ler ou contar histórias, pode se voluntariar em atividades em diversas instituições e quem sabe vir a ser um/a bibliotecário/a, professor/a, ator/atriz, diretor/a, roteirista.
Se possui habilidades com celulares, tablets, computadores e na atividade voluntária descobre facilidade na comunicação e estimula ainda mais sua criatividade, o adolescente pode estar potencializando sua futura carreira em fotografia, jornalismo, publicidade e propaganda, entre outras faculdades.
O estímulo da escola e da família
Entre tantas distrações para o menor nesta fase, fazer o bem ao próximo pode ser o último item da lista de um adolescente. No entanto ações em conjunto com a escola e até mesmo em família pode ser o estímulo necessário para se fazer a diferença no bairro, comunidade ou cidade.
Campanhas de arrecadação de alimentos, roupas, móveis são ótimas iniciativas para começar. Depois podem surgir as ações voluntárias pontuais como mutirões de limpeza, pintura e reforma de uma entidade, e futuramente, a família ou amigos juntos assumirem uma função voluntária ou setor específico em uma ONG.
O voluntariado permite testes de adaptação e afinidade e por isso pode ser uma maneira de dar início uma carreira profissional.
*Aline Vonsovicz é jornalista voluntária do CAV – Centro de Ação Voluntária de Curitiba, instituição parceira do Instituto GRPCOM.
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