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Estamos chegando ao fim de campanha. É momento, portanto, de fazer uma última leitura dos acontecimentos. Não pretendo recorrer a um aparato teórico sofisticado, mas ficar nas pequenas constatações, pílulas. De repente, você lê, curte e tira suas próprias conclusões. Vamos lá:

. Começando pelo fim. O programa de encerramento dos candidatos a prefeito na tevê seguiu a mais conhecida das fórmulas: um misto de triunfalismo, algum chororô, demonstrações de civilidade, esperança e de uma sensação de “agora, vai!”. Em suma – fomos mais ao ronco do que às lágrimas.

. Agitação, entusiasmo e novidades não foram propriamente a tônica da campanha. Talvez estejamos vivendo aquele estranho momento de decantação da democracia em que as velhas paixões dão lugar à atitude blasé de “pagar para ver”.

. A legislação eleitoral mais restritiva em relação às formas de divulgação e aos gastos de campanha certamente contribuiu para esse “desencantamento do mundo”.

. A lei eleitoral também teve efeitos sobre a internet, secando um pouco a criatividade das equipes dos sites oficiais de campanha e estimulando (como já havíamos percebido em 2006) uma “Web 2.0” agressiva e engraçada.

. A campanha curitibana, aliás, foi responsável pelo principal hit do Youtube nesta eleição: a insólita performance do candidato a prefeito Lauro Rodrigues no debate da Band, vista mais de 300 mil vezes. Se o dito cujo ganhasse um voto para cada visualização, seria um concorrente a temer.

. A pré-figuração de um quadro fechado na eleição para prefeito já no primeiro turno, reiterada pela divulgação de várias pesquisas de intenção de voto, também contribuiu para o esfriamento geral dos ânimos.

. Pesquisas de intenção de voto que, aliás, por excessivas em número parecem ter cansado um pouco o eleitor.

. Em relação à propaganda eleitoral na tevê, ficou claro o fracasso do modelo adotado para a divulgação dos candidatos a vereador (frase de efeito + nome + número). Quando muito, o eleitor conheceu os candidatos em quem não votará jamais – o que, pensando bem, já é alguma coisa!

Daqui a pouco traremos mais algumas conclusões. Em tempo: já é hora de procurar o título eleitoral desaparecido nas gavetas da sua burocracia pessoal.

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