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Com problemas na pintura, paraciclos de Curitiba serão refeitos antes mesmo da inauguração
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Alexandre Costa Nascimento/Ir e Vir de Bike
Paraciclo da Praça Tiradentes: equipamentos foram desmontados para que pintura seja refeita dentro das especificações do edital.

Quando o assunto é a implantação de infraestrutura para bicicletas, Curitiba criou uma estranha tradição: fazer do jeito errado, desfazer, consertar e fazer tudo de novo.

Foi assim com o Circuito de Lazer, com a ciclofaixa da Marechal Floriano, com a ciclovia da Rua Engenheiros Rebouças, com o semáforo de pedestres da Mariano Torres e agora com os paraciclos que estão sendo instalados em sete pontos da cidade.

Em seu site oficial, a Prefeitura chegou a divulgar na última semana matérias e vídeo anunciando a criação de 80 vagas de estacionamento para bicicletas. Ocorre que todos os paraciclos, que já estavam praticamente prontos, tiveram de ser desmontados para serem refeitos.

Isso porque os equipamentos apresentaram problemas na pintura, que começou a descascar antes mesmo de os paraciclos serem entregues para uso da população. A denúncia da falta de qualidade na pintura dos arcos foi feita no dia 11 de fevereiro pelo blog Ir e Vir de Bike, durante uma vistoria na instalação dessas peças do mobiliário urbano.

A Prefeitura de Curitiba reconheceu o problema com a pintura, confirmada durante a conferência final antes da inauguração dos espaços. Segundo a assessoria de imprensa do Executivo municipal, a empresa vencedora da licitação não fez a pintura eletrostática dos equipamentos conforme previa o edital de licitação.

Como os paraciclos estavam fora dos parâmetros contratados, foi solicitado que a pintura seja feita dentro das especificações. De acordo com a Prefeitura, essa nova pintura dos arcos será refeita sem custo para os cofres públicos. Com isso, entretanto, a entrega dos estacionamentos, prevista para o início de março, poderá atrasar em até um mês.

Alexandre Costa Nascimento/Ir e Vir de Bike
Custo para refazer a pintura será de R$ 5.580. Mas não haverá prejuízo aos cofres públicos.

O engenheiro Marcos Roberto Kokot, sócio-proprietário da empresa Kokot e Irmãos Ltda, vencedora da licitação no valor de R$ 31 mil para construção dos paraciclos, atribuiu a falha a um fornecedor terceirizado, contratado para executar a pintura dos arcos.

Kokot, no entanto, não soube informar o nome dessa empresa, mas reconheceu que a pintura feita estava fora das especificações do edital. Segundo ele, o prejuízo calculado para a empresa refazer a pintura eletrostática é de R$ 5.580 – equivalente a 18% do custo total dos equipamentos.

“Vamos cobrar esse custo da própria empresa que não fez tudo como deveria ser feito. Para a Prefeitura não haverá custos adicionais”, garantiu.

A pintura eletrostática, feita com tinta em pó e secagem em estufa, tem custo muito superior em relação a pintura convencional. A diferença é que o processo eletrostático garante a fixação da tinta, que permanece intacta mesmo diante do contato com outros materiais. Ao entregar um pintura de qualidade inferior, a empresa responsável estava na prática aumentando sua margem de lucro.

80 vagas

Nessa primeira etapa, os equipamentos serão colocados em sete pontos estratégicos da cidade: Praças Osório, Zacarias, Tiradentes e Café do Estudante (Praça Leonor Twardowski), Palácio 29 de Março (Prefeitura), Assembleia Legislativa do Paraná e dois conjuntos na Câmara Municipal de Vereadores.

Os locais foram escolhidos por conta da mobilidade. O objetivo é deixar os equipamentos próximos das câmeras de segurança da Guarda Municipal, para evitar roubos de bicicletas, e também de comércio e de pontos culturais.

Confira os pontos que receberão os equipamentos

Visualizar Paraciclos públicos – Curitiba em um mapa maior Legenda – Verde: implantação no 1º semestre de 2012; Vermelho: “em projeto”

Cada local receberá um conjunto de cinco paraciclos. Em cada conjunto podem ser estacionadas 10 bicicletas de cada lado, totalizando uma capacidade para 80 bicicletas. Cada paraciclo custou R$ 3.875.

Os próximos locais já avaliados pelo Ippuc para receber os paraciclos numa segunda etapa são: Mercado Municipal, Praças Rui Barbosa, Osvaldo Cruz, e Carlos Gomes, Passeio Público, Setor Histórico e Teatro Paiol.

Características

Desenhado pelo setor de Mobiliário Urbano do Ippuc, os paraciclos em ferro galvanizado terão forma de arco, e receberão eletrostática para evitar ferrugem. A cor escolhida para o mobiliário será a vermelha como forma de identificação do equipamento. A principal característica dos paraciclos é prender as bicicletas pelo quadro e não apenas pelas rodas.

Os paraciclos terão 1,6 metros de largura por 0,75 centímetros de altura. Pelo novo modelo, podem ser estacionadas duas bicicletas de cada lado. Ao lado de cada conjunto um totem identificará o equipamento.

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