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Mate minha mãe

Mate minha mãe

Jules Feiffer é um veterano. Aliás, um veterano mesmo, praticamente um dinossauro, ao longo de seus 86 anos. Só para se ter noção, ele foi contemporâneo, amigo e parceiro de Will Eisner.

Jules Feiffer também já ganhou um Oscar e um Pulitzer, só dois dos prêmios mais cobiçados do mundo.

Jules Feiffer tinha tudo para sossegar. Mas ele está LONGE disso.

Mate minha mãe é a prova viva da jovialidade mental do quadrinista nova-iorquino. A Graphic Novel (termo que seu camarada Eisner popularizou) conta a história de uma menina que odeia a própria mãe, por motivos que só serão mostrados ao longo da trama, bem como a trajetória desta mãe solteira para trazer comida para a mesa da pequena.

Mas o que poderia ser mais um melodrama passa longe disso. O que temos aqui é uma história policial, noir, com intensas reviravoltas e com um fôlego digno dos melhores filmes do gênero, como o Falcão Maltês ou Laura.

E além da história sensacional, temos o desenho do artista. E que desenhos. Ao mesmo tempo sutis e rebiscados, com poucas linhas Feiffer faz surgir não apenas as personagens, mas também cenários e inovações interessantíssimas (vide a cena da fila de mulheres altas). Um deleite para os olhos e para a mente.

Feiffer, aos seus 86, em sua melhor forma. Quero envelhecer assim.

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