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Sínteses informativas: aprenda a estruturá-las
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Fazer resumos é sintetizar informações – e todos nós somos frequentemente solicitados a fazer compactos das idéias, das situações, dos fatos, das tendências disto e daquilo. É conveniente estar sempre bem preparado, porque a vida com as suas múltiplas exigências pede invariavelmente leitura rápida e objetiva de tudo e quem demora a compreender pequenas, médias ou longas informações corre o risco de perder a parada, ou seja, deixar de expressar suas idéias ou ainda objetivar informações necessárias ao momento. Eu também com muita freqüência sou interpelada na rua, ao telefone, pela internet e pelos queridos alunos com o intuito de sintetizar, por exemplo, determinadas informações sobre o meu campo de trabalho profissional.

Antônio Costa / Gazeta do Povo
Interesse da população deve definir o futuro das cidades

No ano passado, no vestibular de inverno da UTFPR uma das propostas de redação aos candidatos incluía a adaptação de uma reportagem da Veja, de 10 /8 / 2005, de Diogo Schelp, cujo título era A ajuda atrapalha. A questão solicitava: “A seguir encontram-se trechos da entrevista de James Shikwati concedida à revista Veja. Sintetize essas informações num texto de 06 a 08 linhas”. Percebeu? Sem ler com atenção, retirar as informações essenciais de um texto, no caso, uma entrevista, o vestibulando não teria como atender à proposta de sintetizar os elementos informativos. Quem quer fazer bonito na redação e ganhar a parada deve exercitar a leitura, entre outros textos, das entrevistas.

Meu aluno Bruno Linch , de 19 anos, candidato a uma das vagas em Medicina, na Ufpr, leu a proposta e escreveu como um exercício o seguinte:

A ajuda a países africanos é uma prática cada vez mais comum, pois a miséria é tão grande, que a chegada de apoio se torna indispensável, porém políticos africanos como James Shikwati em entrevista concedida à Veja( 10/9/05) revela a sua discordância dessa colaboração , pois ele acredita que atrapalha o desenvolvimento desses países, causando uma dependência dos recursos enviados. Declara que deixar a África lidar com os próprios problemas fará com que se torne um país competitivo.

Antônio Costa/ Gazeta do Povo
A sensação de que a cidade ou parte dela nos pertence acontece devido aos nossos hábitos cotidianos

Quer três exemplos muito interessantes para treinar a leitura e a síntese das idéias? Pegue a edição impressa da Gazeta do Povo de hoje e:

> Analise o texto Reforma moral( Opinião, p.2); limite-se a 6 linhas.

> Leia e sintetize ” O lugar que nos pertence”, de Cristiano Castilho, que reúne a entrevista com a professora Olga Firkowski, da Ufpr – e traz fotos belíssimas do Antonio Costa. Está na edição impressa do jornal, no Caderno G, página 2; limite-se a 10 linhas.

> Examine as imagens fotográficas presentes na postagem e faça uma síntese do que vê em cada um dos exemplos; limite-se a 5 linhas.

Antônio Costa / Gazeta do Povo
“As pessoas modificam a cidade continuamente.”

Depois de examinar meticulosamente as idéias constantes nos textos sugeridos siga o esquema :

Resumo = IF (indicação da fonte autoral) + IT (indicação do tema)+ DIPS( destaque à idéia principal e secundárias)

O esquema dos elementos acima poderá ser alterado; quer experimentar? Que tal permutar a ordem?

Resumo= IT (indicação do tema)+ DIPS( destaque à ideia principal e secundárias) + IF(indicação da fonte autoral)

Muitas vezes para exercitar a retenção das informações costumo indicar aos meus alunos o seguinte:

> examinar fotos, especialmente as da Primeira Página dos jornais e das revistas;

> dedicar atenção especial às charges políticas ou que expressem críticas aos costumes, além, é claro, um movimento vigoroso de análise aos textos de quem foi notícia nos meses que antecedem ao calendário das provas dos vestibulares mais concorridos.

É muito, eu sei, mas quem desejar ficar “na boa” durante a prova de Compreensão e Produção de Textos, da federal paranaense – ou de qualquer vestibular mais concorrido – deverá ler com apetite informativo tudo que a mídia impressa disponibiliza, caso contrário qualquer texto será uma surpresa. Já pensou encontrar uma amostra, presente da coletânea da prova e tê-la examinado durante a aula de de redação? Pois saiba que em 2006 meus alunos tiveram uma alegria com esta situação. Explico: tínhamos lido inúmeras reportagens, entrevistas e colunas e entre elas um dos muitos textos do físico Marcelo Gleiser, publicados na FSP. Pois não é que uma das questões pedia exatamente a leitura do texto desse físico pop? Além desse texto, marcado para resumir, os meus pupilos ainda levaram outro agradável susto. Sabe qual? A charge constante da prova tinha sido também examinada como exercício na aula de redação. Era uma charge do cartunista Jean.

Ler é sintetizar idéias meu querido leitor ; resumir é apenas uma das várias exigências das provas e da vida em geral. Prepare-se, portanto, para múltiplas cobranças, com especificidade de formato e intenções comunicativas, tais como: opinar, comparar, analisar charges, infográficos, dissertar e por ai vamos, mas sem treinar bastante a feitura dos resumos, os modelos anteriormente indicados não sairão satisfatoriamente, porque sem deter as informações sobre um tema não há como analisá-lo eficientemente.

Até a próxima! Um excelente final de semana a todos ! – e se alguém ler algo interessante, por favor, divulgue aos leitores e aos amigos.

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