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Vandalismo escolar e violência escancarada
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Eu sempre morei pertinho de onde estudava e conhecia a vizinhança da escola, aqui entendida como o comércio, os outros colégios das proximidades e costumava encontrar gente com ar familiar enquanto caminhava de casa até à escola e vice-versa, o que garantia a tranqüilidade da minha família. Não consigo recordar, prezado leitor, de nenhum acontecimento entristecedor na minha época de criança ou de adolescente – e antes que você pense algo indevido saiba que estudei em escolas públicas desde as primeiras séries.

Outros tempos, sem dúvida; fiquei, entretanto, entristecida quando li ainda ontem à noite na Gazeta Online a notícia sobre o vandalismo estudantil, no Bairro Alto. Leia aqui tim-tim-por-tim em Adolescentes depredam escola que havia acabado de ser restaurada, de Adriano Kotsan. Fazer nesse caso o quê?

Priscila Forone/Gazeta do Povo
Todas as paredes externas da escola no Bairro Alto haviam sido pichadas

Fico aqui pensando o que leva alguém a fazer um desatino desse quilate? Muito de nós, prezado leitor, já observamos muros recentemente pintados totalmente pichados, praças depredadas, jardins deteriorados pela ação de vandalismo. Os exemplos estão ai sob os nossos olhos. Não há qualquer dúvida de que os infratores deverão participar da restauração do ambiente escolar; se sujou, pichou e deixou estragos deverá corrigi-los, sob a orientação, é claro, de alguém responsável. Crianças e jovens devem desde a mais tenra idade aprender que responsabilidade é um aprendizado; começa em casa e avança pela vida afora.

A violência estende seus tentáculos e instala situações desagradáveis e entristecedoras, mas quando pensamos na escola imaginamos que os muros resguardarão nossos filhos do sofrimento físico e moral – e nunca que os jovens encetem atitudes de vilania contra seus próprios beneficiários educacionais. Depredar, violar o espaço escolar é apenas o começo para alguns. É preciso fazer algo urgente, porque no vale-tudo e no tanto faz que subsiste na sociedade esta reflexão talvez nem desperte a atenção do leitor, exceto se um caso de violência atingir uma pessoa próxima, familiar – e desde agora, conte com a minha simpatia e apreço se ainda está lendo esta postagem.

O combustivel – Famílas desestruturadas, incentivo midiático à violência verbal e física, distorções morais sob os holofotes da fofoca e do disse-me-disse abominavelmente degustado na internet e um campeonato inesgotável de exemplos de vilanias políticas fornecem o combustivel negativo às novas gerações. Roubar, piratear, escamotear e violar são verbos outrora impossíveis de uma conjugação completa em todas as pessoas do discurso. Ele roubava, mas eu não; ela escamoteava, mas nós, jamais; eles pirateiam, mas tu /você não costuma piratear, nem roubar, mas eles sim.

Todas essas ações acima, de um modo ou de outro parecem ser atitudes naturalmente aceitas por todos. Meus Deus! Prezado leitor é preciso fazer algo pelas crianças e jovens antes que tudo realmente seja relativo, dependa do ponto de vista e das conveniências, dos contextos, das tendências ou da moda. A família, a escola, o estado e a sociedade, todos temos nossa parcela de responsabilidade sobre o que vemos acontecer agora. É preciso agir, enquanto ainda temos tempo. Unidas, solidárias e cientes dos seus deveres e direitos as pessoas podem fazer sim uma revolução significativa; basta que cumpram bem o que lhes compete, a começar em casa, concorda comigo?

Quer treinar a redação pegando carona no tema vandalismo e violência?

Proposta 1 – Você costuma retornar em visita o seu antigo colégio? Depois que passou a temporada estudantil muita gente nem pensa em retornar à escola, participar dos eventos por ela promovidos, não é mesmo? Será que você já estudou no Colégio Estadual Algacyr Munhoz Maeder, costuma passar em fente ao prédio ou conhece alguém que estuda nesse estabelecimento?

Muita gente passa por uma escola e segue adiante na vida; uns infelizmente não souberam aproveitar as oportunidades oferecidas, enquanto outros têm na escola a referência de gratidão pelo que conquistaram. O que você faria se visse ou soubesse que a escola onde passou grande parte da sua infância e adolescência tivesse depredações constantes pelos próprios alunos ou provocadas por outros delinquentes? Comente.

Proposta 2 – Leia o excerto:

” A formação inadequada do adolescente é uma das causas apontadas por Márcia Caldas, presidente da Comissão da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Paraná (OAB-PR), para o aumento dos índices de criminalidade nessa faixa etária. “Estamos completando 19 anos da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e vivemos uma negação da sua essência. A sociedade ainda coloca a culpa no Estatuto por essa anomalia social em relação à sua juventude”, comenta. Para Márcia, houve avanços nesse período. “Não adianta culpar o adolescente. Vivemos um retrocesso no enfrentamento da violência dos jovens. Falta perspectiva de futuro, o ensino não é atrativo e estamos perdendo nossas crianças e adolescentes para as drogas”, diz. ”

A manchete Em seis anos, taxa de jovens assassinados dobra no Paraná estampada na capa da Gazeta do Povo e desdobrada em reportagem de Aline Peres e Tatiana Duarte é chocante e entristecedora. Jovens são impedidos de alcançar a fronteira da vida adulta pela violência.

Examine o infográfico( GP, 11 de julho); depois, apresente dois argumentos que ajudem a diminuir o avanço da violência, não apenas no Paraná, mas também nos demais estados brasileiros.


Veja a comparação da taxa de homicídios entre crianças e adolescentes nos estados

Proposta 3 – O parecer do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente(Conanda) com relação à iniciativa da juiza de Cambará provocou polêmica. Leia a reportagem Toque de recolher chega ao Paraná( GP, 10 de julho), assim como os excertos das cartas dos leitores, publicadas na Coluna do Leitor de hoje. Você concorda com o toque de recolher para menores de 16 anos após as 22 horas? Argumente objetivamente.

” Parabenizo a iniciativa da juíza de Direito de Cambará e repudio veementemente o parecer do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) a respeito do toque de recolher para menores de 16 anos após as 22 h. A iniciativa da juíza, creio, não se restringe somente ao consumo de álcool como sustenta o Conanda, mas, especialmente, das drogas mais potentes, que desencadeiam a violência quase sem controle neste país. Que outros juízes tenham a mesma iniciativa.” (Péricles Coelho)

“Eu sou mãe e acho que essa medida deveria ser adotada no Brasil todo. A preocupação dos pais é menor e assim todos têm mais segurança. A medida precisa ser adotada também para aqueles adolescentes e crianças que vivem nas ruas consumindo drogas e bebidas alcoólicas e se prostituindo. Essa lei deveria ser federal. Eu sou a favor de tudo que protege o ser humano nesta nossa sociedade tão perigosa.” (Leni Klitzke)

Sugestão de leitura imperdível para hoje:a coluna TÁ DITO, na Gazetinha; Um mundo novo ao alcance dos olhos, do estudante Júlio Boll.

Até a próxima!

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