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NO SEU CHECK UP ANUAL, AVALIOU HELICOBACTER PYLORI???
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Em 03 de outubro de 2005, o Prêmio Nobel De Medicina foi para Barry Marshall e J. Robin Warren.

Foi concedido “pelo papel desempenhado pela bactéria Helicobacter pylori na origem da Gastrite e da Doença Ulcerosa Péptica”. O prêmio foi o reconhecimento da importância desses dois pesquisadores australianos que resultou numa importantíssima mudança nos conceitos arraigados de ser a Úlcera Gastroduodenal uma doença unicamente causada pelos ácidos digestivos e a Gastrite basicamente relacionada a fatores alimentares e imunológicos.

O estudo foi finalizado em maio de 1982, e em 1984 o Lancet o publicou. Ficava evidente que a Úlcera Gastroduodenal, ainda que seja uma doença multifatorial, tinha como sua principal causa uma bactéria. Sim, a Úlcera era uma doença INFECCIOSA!

O primeiro tratamento para tentativa de erradicar a bactéria foi também proposto por Marshall em outubro de 1981 em um paciente idoso russo com dor abdominal, cujos sintomas persistiam após diferentes tentativas terapêuticas. Após 14 dias de antibiótico, o paciente apresentou surpreendente melhora, ficando totalmente sem sintomas. Foi Marshall ainda quem desenvolveu o primeiro teste para diagnóstico do Helicobacter (CLO test) e que continua a ser o principal teste utilizado.

Em 1994, a comunidade médica mundial finalmente reconheceu a importância da infecção pela bactéria não só na gastrite e na úlcera, como também no adenocarcinoma de estômago (câncer). O National Institutes of Health (NIH), em importante reunião, estabeleceu que pacientes com úlcera deveriam obrigatoriamente receber tratamento com antibióticos, além de antisecretores (omeprazol, cimetidina, pantoprazol, etc), quer no ataque inicial, quer na recidiva. Foram 10 anos entre a publicação de Marshall e Warren no Lancet e este reconhecimento.

O período de maior aquisição é na infância (menores de 5 anos) em torno de 30-50%, podendo chegar a mais de 90% na fase adulta. Destes, 17% desenvolverão úlcera péptica, 4% complicações de úlcera e 1% progredirá para câncer de estômago. Ocorre sobremaneira em países em desenvolvimento -80-90% contra menos de 40% em países desenvolvidos.

 

A transmissão ocorre entre pessoas, água e alimentos contaminados. Higiene precária, condições de moradia sem saneamento básico e fornecimento de água encanada sempre estiveram associados à maior taxa de H. pylori. O exato mecanismo é desconhecido, mas sabe-se que a bactéria só consegue alcançar a mucosa gástrica pela boca. Contudo, ainda não é possível determinar se a transmissão é oral- oral ou oral-fecal.

Como medidas preventivas deve-se orientar a implementação de medidas sanitárias entre membros da mesma família, como lavagem de mãos, escovação dos dentes (a bactéria pode se implantar na placa dentária), não compartilhar comidas ou bebidas no mesmo copo, talheres de crianças, camas entre irmãos. Vale salientar que o controle da disseminação entre crianças causará impacto no aparecimento da infecção entre adultos, assim como das doenças a ela relacionadas.

A infecção pelo H. pylori é considerada a principal causa de gastrite crônica no mundo. Causa gastrite em quase todas as pessoas infectadas, embora a gravidade das alterações varie entre os indivíduos.

O tratamento é feito com antibióticos, por usualmente 1 semana.

Atualmente dispomos de teste sorológico (no plasma, com coleta de sangue, urina ou saliva, em laboratório) para pesquisa do anticorpo anti-helicobacter pylori. Não deixem de fazê-lo, conversem com seu médico para solicitá-lo; é muito importante e fácil a prevenção destes tipos de doenças, ok?

Por Raquel Camargo

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