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Viva a mediocridade que nos faz querer viver de verdade!
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Saudações!

Esta semana li e contribui com um post no qual uma mulher de 30 e poucos anos, com uma vida considerada “bem sucedida”, autoentitulava-se “medíocre”.

Aparentemente, a vida dessa mulher é perfeita: linda, profissionalmente resolvida, mãe de uma graciosa menina e com amigos.

De coração e alma abertos, compartilhou sua sensação de inadequação esperando eco aos seus sentimentos e quem sabe, uma resposta a esse dilema!

Eu achei a atitude de uma coragem e verdade imensas e senti-me motivada a escrever sobre isso! Fico bem feliz quando ouço as pessoas se colocando de verdade, com plenitude de amor e dor… isso é real, é palpável e encontra eco na vida da gente!

Em tempos de vida de vitrine, as grandes lojas de departamento Facebook, Instagram e Snapchat vendem uma ilusão de uma vida perfeita e falar sobre nossas imperfeições é um ato de muito valor!

Vamos lá!

Visual Hunt

 

Gosto muito de histórias e metáforas e criei esta com muito carinho:

Era uma vez uma semente…

Era uma vez uma pequena semente. Ela nem se lembrava por quanto tempo ficou guardada dentro de um grande saco de juta, junto das suas centenas de irmãs.

Apesar de serem muitas, não havia barulho. Uma espécie de topor as envolvia e todas se sentiam sonolentas.

Até que um belo dia, foi retirada do saco por uma mão forte e vigorosa que a jogou suavemente pelos ares.

Ao cair, foi abraçada por um tantão de terra úmida e adormeceu completamente.

Foi acordada dias mais tarde pelo carinhoso calor do sol e a maciez das gotas de chuva sob a terra. Sentiu-se amada e acolhida. No seu interior sabia que havia nascido para germinar!

Certa feita, suas folhas verdes e viçosas romperam a terra e o sol e a chuva a tocoram pela primeira vez e ficou encantada.

Porém, com o passar do tempo, começou a se sentir entediada! Mesmo com seus amigos sol e chuva, nada parecia ter o mesmo encanto… Ela sentiu-se uma folhinha medíocre…

Olhando para si mesma, percebeu que poderia ser mais e sentiu brotar em seu interior um botão de flor!

Aquele encanto dos primeiros dias reapareceu até o desabrochar da flor!

Depois de alguns botões e algumas flores, novamente surgiu aquela sensação de desânimo…. Ela queria ser mais!

E assim, percebeu seus galhos engrossando, sua “pele” mudando de verde para um leve marrom, foi ganhando altura e se percebeu árvore! Sua visão de mundo se ampliou e ela gerava sombra e muito ar puro! Foi testemunha de beijos enamorados e de adoráveis brincadeiras infantis! Uma função social relevante! Ela nunca se imaginou tão frondosa e reconhecida!

Mesmo assim, aquela velha sensação a perseguia!

Ela, às vezes, achava-se ingrata com a vida! Afinal, quantas sementes sequer haviam conseguido germinar…

Mesmo se sentindo culpada, continuou sua busca até o dia que sentiu os primeiros frutos pesando nos galhos!

Seu coração primaveril sorriu em graça e júbilo e ela floriu inteira junto com muitas frutas que produziu!

E num momento de agradecimento aos céus, percebeu que toda a sua inquietude a havia impulsionado e fortalecido: de semente em broto, de broto em flor, de flor em fruta!

A sensação de inadequação que cada uma de nós pode nomear como quiser: falta de tesão, depressão, tristeza, buraco de alma ou mediocridade perante a vida é muito mais comum do que se pode imaginar e ao contrário do que se pensa, é algo muito positivo e construtivo. É um sinal de que, apesar de parecer estar tudo bem, podemos fazer mais. Uma benção que nos impulsiona a viver de verdade!

Obrigada, Andressa, por compartilhar suas reflexões! Tenho certeza de que tudo isso vai fazer de você uma das árvores mais frondosas e frutíferas que conheço!

Um abração,

Dani

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