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Experimente: Garden of Eatingtapes – quando Curitiba voltou ao ano 2000
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Há certa dose de pretensão encarnada em (boas) novas bandas de Curitiba. A predileção pelo que pode causar estranheza e surpresa – e que, por consequência, pode fazer com que o arrebanhamento de público seja um fator secundário — é nítida em algumas mini cenas contemporâneas da cidade, bem-vindas, sem dúvida. Definitivamente esse não é esse o caso da Garden of Eatingtapes, banda curitibana que prefere filtrar o passado do que inventar um futuro.

“Não existe o ‘perfeito’. Valorizamos o ‘de verdade’ e tentamos passar isso nas nossas músicas”, diz o baixista Felipe Hotz. A escolha é pela crueza calculada. Pelo não exagero na produção. Pela resposta rápida. Seu primeiro disco, Twist of Fate (ouça duas músicas abaixo e o álbum completo aqui), lançado em agosto, sugere aquele indie rock do início da década passadas em choque com algo mais tradicional, embora não careta. Em certos momentos, a Garden of Eatingtapes parece ter filtrado parte do que rolou há pouco mais de dez anos – e por isso é perceptível ecos de boas bandas que surgiram naquela época, como Jet.

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Na entrevista abaixo, Felipe Hotz esclarece um pouco mais a proposta do grupo e faz coro àqueles que reclamam cotidianamente da falta de espaço para bandas autorais em Curitiba. “As casas de shows não têm sido muito receptivas.” Pois é.

O que está ouvindo nesse momento?
Nesse momento Noel Gallagher and the High Flying Birds.

Como a Garden of the Eatingtapes começou e por que esse nome?
Começou a partir de uma sintonia que descobrimos entre nós três a respeito de música, e da forma como nós a enxergamos. Quando se espera algo da música você já está esperando muito, então tudo que fizemos e que fazemos, é pelo prazer de fazer música juntos. O nome se refere ao jardim do inconsciente e a tudo que é possível encontrar por lá.

Qual a formação da banda hoje?
A formação é a mesma desde o começo: Tiago Oliveira (guitarra e vocais), Felipe Hotz (baixo) e Lucas Bichels (bateria).

Sobre a sonoridade da banda: é perceptível a influência de um indie rock moderno, estilo Arctic Monkeys. Algo de Muse também, talvez nos vocais. E me lembrou Jet, aquela banda bacana do início dos 00’. Mas qual é a do som de vocês? O que pretendem?
Como toda banda, temos várias referências em comum, mas claro, cada integrante acaba desenvolvendo um aspecto só seu na forma de tocar e interpretar a música. Não temos exatamente uma proposta definida de som, tocamos rock’n’roll e ponto. Gostamos deste som mais cru, de garagem, com pouca produção. Acreditamos que não existe o “perfeito.” Assim, valorizamos o “de verdade”, e tentamos passar isso nas nossas músicas.



Onde costumam tocar? Há shows previstos?

Tocamos em qualquer lugar, para nós o importante é mostrar o som, se divertir e sempre dar o nosso melhor. Pode haver duas ou duas mil pessoas, faremos o mesmo show com a mesma energia e dedicação. Tivemos o show de lançamento do nosso álbum, no dia 6 de setembro no Ambiental Bar (Curitiba), e um que chamamos de “Garden’s Secret Gig”, festa reservada e fechada onde chamamos apenas uns amigos e tocamos, um lance mais descontraído para poucas pessoas mesmo, pois são lugares impróprios para shows. Fazemos esses eventos porque as casas de shows não têm sido muito receptivas quanto ao som autoral. Essa foi nossa solução para manter uma frequência de apresentações.

O que pensa sobre a cena musical de Curitiba e qual o lugar da Garden of Eatingtapes nela?

Estamos vendo muitas bandas autorais boas surgindo em Curitiba, o lugar da Garden é junto de todas, we are all together.

 

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