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Marrakesh: ousadia e profundidade aos 20 e poucos anos
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Se falta experiência à Marrakesh, banda com idade média de 20 anos, sobra ousadia. A começar pelo método de divulgação de suas primeiras músicas, nada ortodoxo: vídeos gravados ao vivo, com qualidade de edição e captação acima da média.

Lucas Cavallin, Bruno Czarnobay, Nicholas Novak e Matheus Castella começaram tocando versões de The Raconteurs e Jack White. Exceto por azeitar o entrosamento e apurar a técnica, covers quase sempre não levam a lugar nenhum quem acredita em arte autoral, caso destes piás.

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“Fomos nos conhecendo melhor, e naturalmente algumas composições autorais começaram a surgir. Depois que vimos que era possível sustentar um projeto mais sério, abandonamos a ideia do cover e focamos em organizar nossas próprias músicas”, diz a banda.

Três músicas foram publicadas no canal da Marrakesh no YouTube no fim do ano passado. Num primeiro momento, soam como faixas psicodélicas altamente “tameimpalizadas”. Mas a essência da banda, influenciada também por The Zombies, Beatles e Temples, parece ser mais profunda e, por isso, exige um pouco mais de quem está acostumado a reverbs, modulações e outros efeitos já tão bem resolvidos na história do rock.

“Don’t Expect Me”, por exemplo, expõe uma cozinha vigente e sólida que dá espaço a guitarras pontiagudas. O bacana em “Endless Colours”, ouça ali embaixo, é a alternância de ambiências que tem a voz como complemento definitivo – como um chão para todo o universo psicodélico que se constrói parcimoniosamente. A letra (em inglês) e a melodia de “Constance” são as mais interessante das três. A música soa como um Babyshambles lisergicamente desacelerado.

O nome da banda curitibana é uma “homenagem” à cidade marroquina de mesmo nome. “Sendo um local tão distante, achamos que interpretamos como um lugar a ser alcançado, como uma busca para encontrar algo dentro de nós mesmos”, afirmam. É um bom resumo também para a proposta sonora da banda. Algo a mais, além do que se ouve.

Sobre a, hum, cena musical de Curitiba, são otimistas. “Somos ainda muito novos, e não sabemos se existe apenas uma cena. Mas estamos sendo muito bem recebidos por todas as bandas que já existiam, até porque muitos de nossos amigos particulares já estavam na ‘cena’ fazia tempo.”

A Marrakesh toca no próximo sábado (7) no 351 (Trajano Reis, 351, São Francisco), ao lado de Uh La La! e Cavernoso Viñon. A banda está gravando um EP, a ser lançado pelo coletivo Atlas (falamos sobre ele aqui) até o fim do ano.

 

 

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