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Sob medida. Pra quem?
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“- É melhor provar!” Quem já não ouviu esta “aconselhadora” frase quando diante de uma roupa, que parecia feita sob medida para nós, a vendedora da loja nos sugere sutilmente que “pode não ser bem assim”. E não é! Tamanhos diferem de marca para marca. É comum que o tamanho G destinado a um público jovem não seja o mesmo do G desenvolvido para uma consumidora que, digamos, já passou dos 30 anos.

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Com que tamanho eu vou? (Espaço JabutiQ)

Uma disparidade que surgiu como conseqüência de uma
democratização “desmedida” observada no Brasil, que carece de um controle mais severo de sua produção. Uma situação que não acontece na Europa ou Estados Unidos onde os padrões ditados pela indústria do vestuário são rigorosos e levam em consideração até meios centímetros.

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Moda variada em estilo, cores
e… tamanhos (Espaço JabutiQ)

Sandra Burkinski divide com a mãe Lina e a irmã Célia o comando da JabutiQ, uma multimarcas curitibana que completou 45 anos, sem deixar de acompanhar a evolução do mercado. Ela é testemunha de constrangimentos que acontecem em decorrência da falta de uma padronização de medidas nas roupas brasileiras. Às vezes é preciso usar de psicologia para uma cliente não se sentir desconfortável na hora de provar as novidades que estão na vitrine.

“ – Afinal ninguém se “vê” gorda quando o padrão de beleza feminina impõe a magreza como principal atributo. Por isso, evitamos citar tamanhos, cortamos as etiquetas com esta referência e apresentamos opções que a nossa experiência consideram ideais para combinar com um determinado estilo e silhueta. O importante é que a nossa cliente se sinta feliz com a sua aquisição, sem ter que se preocupar com o seu manequim”, esclarece Sandra.

Driblar etiquetas, apelar para estratégias para não decepcionar o consumidor na hora de escolher uma roupa –que sempre é especial quando se compra – são táticas que tem data para acabar. Pelo menos, se depender do empenho da ABRAVEST – Associação Brasileira do Vestuário – que após 15 anos de pesquisa prevê um prazo para que a normalização dos tamanhos seja uma realidade.

Já existe uma referência de medidas do corpo do brasileiro para atender aos segmentos de meias, infanto-juvenil-bebê, profissional, feminino e masculino – sendo que nestes dois últimos o processo está sendo finalizado.

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Para se ter uma ideia do detalhamento desta pesquisa calças, camisas e outras peças desenvolvidas para homens poderão ser encontradas nas medidas “normal”, “atlético” e “obeso”. Nas etiquetas estarão especificações como “perímetro de cintura”, “comprimento entrepernas” , “perímetro do tórax”, “comprimento do braço” e “estatura”.

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Facilidades na compra também para elas: as etiquetas vão lhes informar a “estatura”, “medida ombro a ombro” (no casaco), “busto”, “cintura”, “quadril” e “comprimento”. As calcinhas e sutiãs serão comercializados em embalagens separadas, pois também trarão as medidas no lugar da numeração tradicional.

Com a adesão à nova norma, as confecções deverão deixar de utilizar as atuais nomenclaturas P (pequeno), M (médio), G (grande) e GG (extra-grande). Benefícios econômicos e competitivos não faltam aos empresários. Segundo Roberto Chadad, presidente da Abravest, “ estamos padronizando as medidas corporais do brasileiro e não a roupa, e as alterações necessárias, mínimas, serão facilmente assimiláveis pelas indústrias. Como as peças serão produzidas dentro de um mesmo padrão, a economia com matérias-primas poderá alcançar um índice de até 8%”.

Outro público que só verá vantagem com esta proposta é o que compra pela internet, que vai sentir mais segurança ao escolher suas peças na telinha do computador.

INFORMAÇÕES EXTRAS
– Para homologar e acompanhar de forma isenta e técnica os procedimentos das confecções que adotem a nova normalização de medidas, e garantir que a roupa adquirida segue os padrões da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas –a Abravest estabeleceu uma parceria com o Instituto Totum, certificadora credenciada pelo INMETRO, especializada no segmento de certificação e processos de auto-regulação. Um selo de qualidade vai comprovar a adequação das confecções às normas produtivas e de gestão, uma decisão que poderá lhes proporcionar diferenciais competitivos como fidelização de clientes. A oficialização desta parceria acontecerá, na terça-feira, dia 29 de novembro, em São Paulo, quando da inauguração da nova sede da ABRAVEST.

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