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Túlio Francisco (fotoarte de divulgação por Flavia Borges)

Túlio Francisco (fotoarte de divulgação por Flavia Borges)

Tem muita gente por aí reclamando do preço que custa produzir um disco em estúdio e aí deixa o projeto morrer na praia. Quem não tem gravadora, grava no quarto mesmo. Foi isso que Túlio Francisco fez. Com produção de Luiz Lepchak, foi lançado na semana passada o primeiro álbum de Túlio, que recebeu o nome de “Praça”. Segundo o próprio artista, “Praça ressalta canções originalmente compostas em praças públicas e inspiradas em momentos, pessoas, na saudade e na vontade de seguir ao mesmo tempo.”

Gravado no primeiro semestre desse ano em Curitiba e Belo Horizonte, o EP com cinco faixas pode ser ouvido e baixado gratuitamente no soundcloud do músico. Abaixo escrevo um pouco sobre o disco e convido a todos para lerem ouvindo as canções.

O disco começa com a crescente “História de Brinquedo”. Crescente porque ela começa de uma forma livre com a harmonia soando junto de alguns sons ambientes e Túlio declamando a letra até chegar ao êxtase lá pela metade. Logo de cara podemos perceber o violão muito bem trabalhado, que é sua grande característica. Túlio fala de sentimentos e de sentir-se um brinquedo ou de não querer ser. É a porta de entrada e chama o ouvinte para as próximas faixas.

“Tudo certo” é a segunda faixa e, se não fosse pelo vocal, poderia passar tranquilamente como sendo de outro artista. Acho louvável essa capacidade de explorar ritmos em faixas distintas dentro de um mesmo disco. Com uma levada quase circense, a música tem a participação do músico Daniel Perez na guitarra. Como diz a música “tá tudo certo meu Deus”.

A faixa que dá título ao álbum nos sugere a não ter medo de mostrar nossos sentimentos. Túlio fala dos amigos, das risadas e de deixar a vida mais fácil quando declama “somos sua casa”. Em “Praça”, a voz prolonga as sílabas por várias vezes de forma certeira e nos dá a dimensão da obra. Cheia de dissonâncias e dedilhados, a música vai te transportando pra dentro dela e, antes que você perceba, já está totalmente envolvido.

A música mais curta do álbum, mas não menos importante, é a chamada “Sem mar”. Uma bela poesia sobre deixar pra trás o que passou, o que era tormento. Conta com sintetizadores e uma levada reflexiva digna de trilha sonora.

“Ontem” é a melhor música do disco. O violão e a voz já seriam suficientes para manter a atenção do ouvinte até o final da música, tamanha beleza de construção. Porém no arranjo ainda aparecem piano, baixo, bateria e um trombone. A urgência em transmitir a mensagem torna a música forte: “Vim dizer aos olhos dela / que passarei sem ela / Se a vida é uma pressa / quem sabe noutra dessa / a festa chegue enfim”. A música conta novamente com a participação de Daniel Perez na guitarra.

Túlio vem dar as caras ao mundo musical com seu primeiro EP aos 20 anos de idade, mas com um som maduro e cheio de influências. A arte do disco foi pintada a mão por Rodrigo Moura Borges, primo de Túlio. “Praça” é pra ser ouvido e analisado a qualquer hora do dia. Abra seus ouvidos, pegue um café e faça parte dessa obra.

 

Arte do álbum

Arte do álbum “Praça”, de Túlio Francisco (por Rodrigo Moura Borges)

Ouça e baixe o disco em:
soundcloud.com/tuliofrancisco

Página do Túlio no Facebook:
www.facebook.com/tulioFranciscomusic

 

John Barba, autor da matéria, é músico, compositor, estudante e professor. Vocalista das bandas Filhos da Lidia e Ervilhas Astrais, atua ainda como violonista na Orquestra Latino Americana da UNESPAR.

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