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A bola – e a palavra
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Ainda à espera da Copa, professor Afronsius continuou o inventário de obras voltadas ao futebol. E topou com Futebol e Palavra, de Ivan Cavalcanti Proença, Livraria José Olympio Editora, 1981.

“O livro constituiu-se a primeira tese de Doutorado da Universidade Federal (RJ, Letras), com este tema do futebol. E, após aguardar alguns anos para ser considerada assunto digno para tal ‘tarefa’, acabou podendo ser julgada. Julgada e defendida, publicamente, em 1980, obteve, por unanimidade da banca, excelente”.

Ainda do autor:

– O livro contém extenso e explícito vocabulário do mundo do jogador de futebol, termos e expressões que exatamente se tensionam com o meio, a vida, enfim com tudo por que passou e passa o jogador brasileiro. O livro enfatiza a magia e a criatividade de nosso jogador, o drible: blefe, dissimulação, molecagem (finta), todo o ludismo não gratuito nem coincidente de nosso futebol.

Algumas máximas

Além de Neném Prancha, por supuesto, o livro traz três máximas (“e algumas frases aspirantes a máximas”) de Max Nunes, ele mesmo – Max Newton Figueiredo Pereira Nunes, humorista, médico e polímata.

– Pô… pô… poli… O quê? – surpreendeu-se Beronha.

– Polímata: sujeito que estudou ou sabe muitas ciências; polígrafo, polímate.

Feita a explicação, vamos às máximas.

– Na Ilha (campo da Portuguesa), o vento sopra a favor e o juiz contra.

– O pior cego é o que anda de apito na boca.

– Teu time está apto ou apito pra ganhar domingo?

De Neném Prancha:

– Futebol é simples: quem tem a bola, ataca. Quem não tem, se defende.

– Jogador é o Didi. Ele joga bola como se chupasse laranja.

O chute sem força e sem raiva

De Mané Garrincha, “depoimento” solto, corrido, direto, sobre a reação que teve ao sofrer “quase agressão” de Rojas, seu marcador, no célebre jogo contra o Chile, em Santiago, 1962.

“É que, na ocasião, Mané, que nunca revidara nem os pontapés do adversário, “deu um pontapé na bunda do lateral chileno, surpreendendo a todos:

– Fiz aquilo sem raiva nenhuma. Ele me deu um pontapé e se virou. Aí, foi um negócio quase sem querer: dei um chute nele também, mas quase sem força, de brincadeira até. O bandeirinha contou pro juiz. E ele me expulsou”.

ENQUANTO ISSO…

23 maio

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