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Ah, essas tais palavras
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Sobre o Breve Dicionário de Palavras em Desuso, projeto do professor Afronsius, vizinho de cerca (viva) de Natureza Morta, o jornalista Jorge Eduardo, o prezadíssimo Jorjão, informa que “o Villas chegou na frente”.
Explicando: outro jornalista, Ancelmo Góis, publicou que a Globo Livros lançará agora em março o Pequeno Dicionário da Língua Morta, de Alberto Villas.
O professor Afronsius ficou feliz:
– Um belo trabalho de pesquisa, enquanto o meu, sem falsa modéstia, não vai além de uma breve contribuição. Contribuição de um mero garimpeiro de palavras.

Xumbrega à mesa

No café da manhã, na mansão da Vila Piroquinha, café de coador (e vodka Bakunin para Beronha), as palavras “mortas” reforçaram o repasto. Segundo a nota do AG, o dicionário do jornalista Villas conterá “palavras hilárias e curiosas que caíram em desuso, caso de xumbrega”.
– Xum o quê? – surpreendeu-se nosso anti-herói de plantão, para quem, com X, só conhecia xaxixo. Após breve pausa, fez uma correção:
– Desculpem, xaxixo está errado. O certo mesmo é xalxixo, com L.
De volta ao papo: a origem de xumbrega remonta a 1600 e, pela notícia, significa “coisa ruim, feia, mal-acabada”. Natureza concordou e invocou o Aurélio:
– Está lá, xumbregar. V.t.d. Azoinar, importunar. Já azoinar é perturbar ou incomodar falando muito; aturdir, incomodar com ruído.
– Incomodar falando muito? Então o Bar VIP, “aquele que eu só frequento ocasionalmente todos os dias”, é um baita exemplo de xumbregação… – não se conteve Beronha.

Pulando de livro

Ainda sobre lançamentos, Natureza aproveitou para comentar que, em dezembro passado, AG também registrou – sob o título Censura e bandejão da UNB – a chegada do livro E a Vida Continua. Conta a trajetória profissional do jornalista Wilson Figueiredo. Um dos capítulos é ilustrado com os textos de alguns dos famosos bilhetinhos da censura durante a ditadura civil-militar de 64.
– Num deles, um tal de inspetor Costa Sena (3/1/1973), em pleno governo Médici, dizia: “Não se tocar em sucessão presidencial.” Outro, do general Nilo Caneca (8/11/1972), ordenava: “Nenhuma referência contra ou a favor do cardeal Helder Câmara.” Um terceiro, com a assinatura de um tal Saraiva (1/4/1973) mandava “minimizar a notícia sobre um protesto feito por estudantes da UNB contra a qualidade da comida”.
O solitário da Vila Piroquinha aproveitou para uma observação:
– Onde se lê general Nilo Caneca, leia-se Nilo Caneppa. E com dois pês. Foi coronel do 12.º Regimento de Cavalaria em Bagé. Chegou a general de Exército e diretor do Departamento de Polícia Federal (DPF).
Deve ter sido erro de digitação. Ou censura… – encerrou.

ENQUANTO ISSO…


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