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Aos 82 anos, o imperador Akihito anunciou que pode abrir mão do cargo que ocupa há quase 30 anos. Com problemas de saúde, pretende abrir caminho para uma sucessão estável, segundo as agências internacionais. O primeiro na linha de sucessão é seu primogênito, Naruhito, de 56 anos. Caso venha a ser confirmada sua saída, será a primeira vez que isso acontece desde o imperador Kokaku, em 1817.

E, no caso de ascensão, Naruhito encontrará, em ala especial da Casa Imperial, um objeto que talvez lhe cause muita estranheza: uma bandeirona do Corinthians.

Sobre Akihito e a bandeira, um jornalista brasileiro voltou no tempo. É que ele esteve no Japão em maio de 1997, a convite do governo, nos preparativos para a visita do imperador ao Brasil, visita que, por supuesto, incluiu Curitiba. Ele, o cabôco de Curitiba, integrava um grupo de jornalistas de diversos veículos de comunicação do país.

Fora da agenda oficial

Foi aí que, por obra e graça de um outro jornalista, o Timão marcou presença na Casa Imperial, em Tóquio, com bandeira, um CD e um histórico da Escola de Samba Vai-Vai. Na verdade, duas bandeiras, como se verá.

Quando o grupo de jornalistas desembarcou no Aeroporto de Narita, um deles, descendente de japoneses, tratou de executar a missão paralela, muito especial. O contato direto com o casal imperial. Vencendo todas as possíveis e imagináveis dificuldades – afinal, o imperador é considerado uma divindade. E fazer a entrega. Junto, um convite. Remetente: Escola de Samba Vai-Vai, de São Paulo. O jornalista, Celso Kinjô, então do Jornal da Tarde, onde era editor-chefe, virou o agente secreto encarregado da tarefa.

A missão completa: formalizar o convite ao imperador Akihito e à imperatriz Michiko para o Carnaval de 1998, já que o enredo da Vai-Vai (Banzai-Banzai, Vai-Vai, Vai-Vai) prestaria homenagem às relações nipo-brasileiras – cem anos de amizade. O presente, oficialmente, seria uma bandeira, um CD e um histórico da escola.

Tem japonês na jogada

O primeiro passo do Celso Kinjô foi cooptar o embaixador do Japão no Brasil, para fazer o meio-campo. Missão cumprida com sucesso. E, na recepção aos jornalistas, o imperador agradeceu, com entusiasmo, a visita e os presentes.

Só mais tarde, no entanto, os jornalista ficaram sabendo que, embutida na bandeira da Vai-Vai, havia uma bandeirona do Corinthians. Coisa de corintiano roxo. Tudo deu certo, no entanto: a Vai-Vai sagrou-se campeã com samba-enredo de Afonsinho, Zé Carlinhos e Zeca do Cavaco. Intérprete: Thobias.

ENQUANTO ISSO…

 

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