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Coisas do Detetive
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Já imaginou uma revista “imprópria para menores até 18 anos”, inteiramente voltada para “histórias policiais verídicas”, de circulação nacional, 66 páginas e “assinatura anual, pelo correio”? Pois é, ela existiu e, em recente incursão a um sebo, professor Afronsius localizou alguns exemplares de 1960.

Detetive, este era o nome. Custava Cr$ 30,00. No sebo, R$ 10. Publicação quinzenal da Empresa Gráfica O Cruzeiro, tinha como diretor-secretário Austregésilo de Athayde. Ele mesmo, Belarmino Maria Austregésilo Augusto de Athayde, em 1951 galgado à condição de imortal da Academia Brasileira de Letras, que presidiu de 1958 até 1993.

Pagando copyright à Fawcet

Com “agentes em todas as cidades do Brasil e correspondentes nas principais cidades do mundo”, Detetive dependia basicamente do “copyright 1959 Fawcett Publications, Inc., U.S.A.”, isso mesmo. A contribuição nacional (“shorts” e seções) resumia-se a palavras cruzadas (nada a ver com a solução dos grandes crimes), charges de Borjalo, Carlos Estevão e sacadas de Vão Gôgo, à época pseudônimo de Millôr Fernandes (uma delas: “Roubava, sim. Mas só em defesa própria”). Pessoal da revista O Cruzeiro, eles compareciam na página “Eles são de morte…”  A seguir, dois exemplos:

 

Detetive 2

Detetive 3

Ronda (quinzenal) dos atropelamentos

Havia ainda a Ronda dos Atropelamentos. Isso mesmo: uma página registrando os atropelamentos (e colisões) da quinzena no Rio de Janeiro. Pela charge acima, de Carlos Estevão, dá para imaginar a maluquice no trânsito.

Ficava-se sabendo, por exemplo, que “o jornalista e escritor Brito Broca, de 58 anos de idade, quando tentava atravessar a Praia do Flamengo, foi colhido por um automóvel, tendo morte imediata. O motorista fugiu”.

Ou que “Clóvis da Rocha Moog, de 53 anos de idade, funcionário público, residente na Rua Itabi, 408, em Colégio, quando tentava atravessar a Avenida Brasil, em frente à entrada da Ilha do Governador, na motocicleta de chapa 3-53, foi colhido por um auto, sofrendo fratura do braço esquerdo, sendo internado no Hospital Getúlio Vargas. O motorista fugiu”.

De 12 casos, em 9 os motoristas fugiram. Os outros 3 foram capotamento.

ENQUANTO ISSO…

19 julho (1)

 

 

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