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Com certeza já encheu
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Nada contra a livre manifestação de pensamento ou direito de expressão, por supuesto, mas tem uma coisa que, nestes tempos selfíticos, continua enchendo a paciência de quem se vê forçado a ouvir conversas alheias. Depois do belê, vazei, a coisa continua. Tanto no boteco como até na gerência de um estabelecimento bancário.

Aconteceu com o professor Afronsius. No Luzitano com Z, mesa ao lado, um casal. Diálogo de arame farpado. A tudo que a mulher dizia, o cabôco exclamava:

– Com certeza!

Lá pelas tantas, o cidadão pediu a conta. Pagou e dona Terezinha (boteco que se preza não tem garçom, muito menos garção, que seria o aumentativo de garça) quis saber:

– Tudo certo?

– Com certeza!

Questão de repertório

Horas depois, no banco, à espera de ser atendido, professor Afronsius voltou a ser torturado pelo “com certeza” a cada resposta do cliente no diálogo com o gerente.

– Espero que o seu pedido de empréstimo seja rapidamente atendido.

– Com certeza!

– Alguma dúvida?

– Não, com certeza!

– Boa sorte nos negócios.

– Com certeza!

Na despedida, o funcionário largou o “apareça sempre”.

– Com certeza! Precisando, estarei aqui, com certeza.

Natureza Morta pede um aparte. E arrisca:

– Questão de repertório.

– Sim – devolveu professor Afronsius.

– Aliás, o com certeza não é locução adverbial?

– Afirmativo.

E, para encerrar o papo, lembrou a famosa frase de efeito atribuída a Sherlock Holmes: “Elementar, meu caro Watson”. Só que, segundo estudiosos da obra de Arthur Conan Doyle, a frase nunca constou dos livros.

Ficou famosa por conta das adaptações para o cinema. Sem nenhuma dúvida.

ENQUANTO ISSO…

31 janeiro

 

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