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Do carteiraço à carteirinha
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Infelizmente, ainda existe o famigerado carteiraço (“sabe com quem está falando?”), mas, felizmente, existe a carteirinha. Mais precisamente a carteira de leitor da nossa gloriosa Biblioteca Pública do Paraná. Fácil de fazer, atendimento mais do que bom. E o livre acesso ao maravilhoso mundo da leitura.

A inscrição é simples: um documento de identidade, CPF e comprovante de residência. Há uma taxa de R$ 2,50 – valor sujeito a reajuste conforme variação de custos de material/serviço. E, para renovar o empréstimo, basta acessar WWW.bpp.pr.gov.br e, na página inicial, clicar Acesso Rápido: Renovação de Livros. Aí, digitar o número do código do usuário e a senha pessoal de empréstimo. A renovação será efetivada uma vez, até o último dia do vencimento do empréstimo.

Em tempo: leve o livro, mas não abuse das fotocópias. Elas destroem o acervo. Os recibos de devolução devem ser guardados para eventuais comprovações.

Batalha nas ruas

Por conta da ditadura civil-militar de 64, Curitiba também registrou uma série de manifestações contra o regime. Em uma das passeatas estudantis, os manifestantes foram banidos da Rua XV pela força policial. Um grupo deles tratou de buscar guarida na sede do DANC – Diretório Acadêmico Nilo Cairo -, na Rua Ébano Pereira. Foi cercados pela PM em frente à Biblioteca Pública, na Rua Cândido Lopes.

O trânsito parou e, escudando-se atrás de um ônibus, que tapava a visão dos policiais, os estudantes passaram a lançar pedras sobre os PMs. Foi um breve entrevero. Alguns estudantes correram para o DANC, outros buscaram refúgio na Biblioteca.

Parte da força policial foi atrás, mas acabou barrada nas escadarias da BPP.

Uma mulher impedia a invasão do prédio. Era a professora Nancy.

– Os senhores não podem entrar. Aqui só se entra para ler, pegar ou devolver livros. Sem armas, cassetetes ou violência.

Do berço de heróis

Diante do impasse, veio o comandante da tropa. Nada feito. O jeito foi bater em retirada, enquanto os jovens escapavam pelo depósito da Biblioteca, na parte inferior do prédio.

Ainda sobre a brava professora Nancy: graças a ela, temos hoje o Museu da Imagem e do Som. A primeira sede foi uma pequena sala na BBP, inaugurada no dia 25 de março de 1969.

E, no episódio da frustrada invasão policial, ficou provado: a legendária cidade da Lapa é, de fato, berço de heróis.

Um longo caminho

A BPP enfrentou dificuldades até se consolidar. Foram 12 sedes até ocupar o prédio na Cândido Lopes, 133, inaugurado em 19 de dezembro de 1954. A solenidade foi prestigiada pelo então presidente João Café Filho. À época, o governador era o professor Bento Munhoz da Rocha Neto.

Criada pelo vice-presidente da província José Antônio Vaz de Carvalhares, em 7 de março de 1857, no Lyceu de Coritiba, a proposta era formar pequeno acervo com “obras mais convenientes aos estudos das matérias ensinadas no Lyceu”. Hoje, a Biblioteca Pública do Paraná é uma das maiores do Brasil, com um acervo de 630 mil livros, periódicos, fotografias, mapas, cartazes, materiais de multimeios e multimídia e a promoção de variados eventos.

ENQUANTO ISSO…

 

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