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O voto – e a discriminação
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Mais uma eleição pela frente. E, segundo a BBII Briosa, Brava e Indormida Imprensa -, em Curitiba a eleição para a Câmara de Vereadores vai ser uma pauleira, “a mais disputada de todos os tempos”. São 1.097 candidatos para 38 cadeiras. Ou seja, quase 30 candidatos  para cada vaga. Também houve aumento no número de mulheres concorrendo à Câmara. Conforme o TRE-PR, 30% dos candidatos são do sexo feminino.

Uma luta difícil

Vale lembrar que foi em 1927 que as brasileiras, finalmente, conquistaram o direito de votar. Até então, eram simplesmente proibidas. A mudança veio por iniciativa do governador Juvenal de Faria, do Rio Grande do Norte, que apresentou emenda à Constituição Estadual permitindo o voto “sem distinção de sexos”.

A emenda foi aprovada e, no ano seguinte, as mulheres foram às urnas. Mas, como era uma eleição para o Senado Federal, os votos femininos foram considerados nulos. Segundos juristas, o voto das mulheres só teriam validade em eleições estaduais.

O assunto deu pano pra manga, manga masculina e feminina, e as feministas arregaçaram as suas dando mais força ao movimento pelos direitos civis. Em 1928, vários estados seguiram o exemplo potiguar e passaram a aceitar o alistamento eleitoral “sem distinção de sexos”.

A primeira da América do Sul

Em 1929, finalmente é eleita a primeira prefeita da América do Sul. Alzira Floriano, de Lages, Rio Grande do Norte, ganhou – e o país machista teve que engolir. A discriminação, porém, só terminaria definitivamente em 1932, com a promulgação do Código Eleitoral, permitindo o chamado voto feminino. No entanto, como as eleições foram abolidas de 1930 a 1945, foi preciso esperar a queda do Estado Novo, de Getúlio Vargas, para que elas pudessem votar, efetivamente.

Ah, o golpe do Estado Novo veio no dia 10 de novembro de 1937, quando Getúlio mandou cercar e empastelar o Congresso e baixou uma nova Constituição, virando ditador. O grande “pretexto” para isso foi o Plano Cohen, segundo o qual – uma mentira – os comunistas arquitetavam a tomado do poder. Como se comprovou mais tarde, era uma “hipótese de trabalho” apresentada pelo então capitão Olímpio Mourão Filho (ele mesmo) para a AIB – Ação Integralista Brasileira. Do Plínio Salgado, por supuesto.

Mas, como se sabe, somente em 2010 uma mulher chegaria à presidência da República. E, pior de engolir, seria reeleita por esmagadora maioria de votos. Dá para imaginar a reação dos trogloditas políticos de plantão e seus lacaios.

ENQUANTO ISSO…

 

 

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