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O voto e os engazopadores
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Pode parecer estranho, ou puro masoquismo, mas professor Afronsius não perde a propaganda eleitoral. E, caso necessário for, explica essa obstinação:

– Fiquei mais de 20 anos à espera do reencontro com as urnas, o voto direto. Subtraíram décadas de minha cidadania, e isso eu não perdôo. Aliás, levei até borrachadas da polícia, na rua, com a UNE. Não abro mão do meu sagrado direito ao voto.

E tem na ponta da língua o comentário de Winston Churchill:

– Ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem defeito. Tem-se dito que a democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais formas que têm sido experimentadas de tempos em tempos.

Natureza Morta concorda em número, gênero e grau – e título de eleitor. Apesar dos engazopadores de sempre, prefere a arma do voto para o rodízio no poder. A propósito de engazopadores na política atual, a questão é, por supuesto, antiga, muito antiga, de milênios. Basta ver um tal de Chnemhotep. No Egito Antigo, conforme o livro História da Arte, de E. H. Gombrich, ele não deixava por menos, até porque não era escolhido por votação da patuleia. Era nomeado. A ficha, ou cartão/papiro intimidatório do dito cujo:

Chnemhotep  

Administrador do Deserto Oriental, Príncipe de Menat Chufu, Amigo Confidencial do Faraó, Conviva Real, Superintendente dos Sacerdotes, Sacerdote de Horo, Sacerdote de Anúbis, Chefe de Todos os Segredos Divinos e Mestre de Todas as Túnicas.

De certa forma, com a devida distância do tempo, lembra alguns dos nossos candidatos às eleições de outubro.

ENQUANTO ISSO...

30 agosto (3)

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